Reflexão do Evangelho de 01 de Maio - Festa de São José Operário (Dia do Trabalhador) - Mt 13, 54-58 - Jesus em Nazaré
Reflexão do Evangelho
de 01 de Maio - Festa de São José Operário (Dia do Trabalhador)
Mt 13, 54-58 - Jesus
em Nazaré
Era
um sábado e a população de Nazaré encontrava-se praticamente toda na sinagoga.
Chegou o momento da leitura da Palavra de Deus e, conforme costume dos judeus,
o visitante era convidado a ler e a comentar o texto do dia. Jesus se levantou
e colocou-se à frente de um rolo de papiro; Ele o abriu e leu uma passagem do
profeta Isaías. Todos estavam atentos, pois tinham ouvido falar a respeito dos
seus ensinamentos e dos milagres realizados por Ele. A curiosidade era grande. Pensavam
e discutiam entre si quais seriam os sinais que ele iria fazer em sua própria terra.
Terminada a leitura, Jesus sentou-se. Os olhos de todos fixaram-se nele. Com
que olhar o veem? Orígenes diz que não gostaria que seus ouvintes olhassem para
ele, com os olhos do corpo, como lá na sinagoga o povo olhou para Jesus. Pede
que os ouvintes o olhem com os olhos do coração. “Se assim o fizerdes, diz
Orígenes, os vossos olhos resplandecerão na luz do olhar do Mestre. Então
podereis dizer: ‘A luz do seu rosto, Senhor, deixou o seu sinal em nós’”.
O
silêncio era total. Dúvidas povoavam a mente de seus conterrâneos. Será que Ele
realmente tinha uma missão especial para realizar? Seus próprios primos não
acreditavam. Bem sabendo o que lhes ia pela mente, Jesus começou, simplesmente,
a explicar o que o profeta tinha dito. Ora, seus parentes e conhecidos estavam
assombrados, pois sabiam muito bem que ele não tinha frequentado nenhuma escola
rabínica. Porém, da admiração passam ao ceticismo e perguntam-se: “Não é este o
carpinteiro, o filho de Maria?” A incredulidade estava enraizada em seus corações,
chegando alguns a dar de ombros, em sinal de desprezo. Mas nada escapa à
atenção de Jesus, que pasmo diante da insensibilidade deles, talvez desejando tocá-los
e levá-los à conversão, emprega um tom mais severo ao dizer-lhes: “Nenhum
profeta é ouvido em sua própria terra”.
Fechados
em fria descrença, seus conterrâneos levam-no a não realizar muitos milagres,
embora, em sua bondosa misericórdia, Ele imponha a mão sobre alguns doentes,
curando-os. Para S. Ambrósio o fato de Jesus realizar poucos milagres foi “não
para evitar que se julgasse estar ele constrangido pelo amor à pátria, pois na
realidade, aquele que amava todos os homens não podia deixar de amar os seus
concidadãos, mas sim porque eles mesmos, comportando-se de modo invejoso,
renunciaram o amor à pátria”. Apesar disso, seus conterrâneos não deixam de ser
uma voz profética. Ao dizerem ser ele “o carpinteiro”, eles admitiam que Jesus,
ao assumir integralmente a natureza humana, exceto o pecado, abraçou o trabalho,
o que manifesta a grandeza do trabalho e indica o ser humano como auxiliar de
Deus na obra da criação.
No dia de hoje,
pedimos que S. José, um simples operário, interceda junto a Deus para que todos
os irmãos e irmãs brasileiros tenham um trabalho digno e uma justa remuneração.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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