Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 04 de Abril e Sábado 05 de Abril
Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 04
de Abril e Sábado 05 de Abril
Jo 7, 25-30; 40-53 Discussões sobre a
origem de Jesus
O Evangelho retoma
a questão das origens de Jesus. A multidão o reconhece como o Profeta esperado
desde Moisés. Os fariseus exigem uma prova, enquanto outros fazem uma profissão
de fé: “É ele o Cristo”. No Evangelho de S. João, a declaração de fé adquire uma
densidade e significado todo especial, pois João declara tê-lo escrito para
“que creiamos que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que crendo nele tenhamos
a vida em nós” (Jo 20,31). O conhecimento que Ele transmite é participação do
conhecimento que Ele tem do Pai, assim quem o conhece, conhece o Pai. .
Jesus é causa
de divisão. Os fariseus, movidos por ideias ditadas pela inveja e pelo orgulho,
não querem ouvir nada a respeito dele. Mais e mais, alimentam o desejo de prendê-lo.
Aliás, diante da mensagem de Jesus, ninguém pode, por muito tempo, ficar
indiferente à sua pessoa. Se há os que o rejeitam, há também os que o consideram
um profeta, chegando mesmo alguns a reconhecê-lo como o Cristo. Diante do
impasse e dos embates existentes, os guardas dos sacerdotes-chefes,
encarregados de prendê-lo, voltam sem fazer nada, comentando jamais terem
ouvido alguém falar como Ele. De fato, eles sentem-se impressionados pelo que
Ele diz e por seu modo de falar, com autoridade suave e serena, tocando os
corações de muitos e levando-os à conversão. Mas os fariseus e os doutores da
Lei recriminam os guardas e os acusam de terem sido enganados por Jesus.
Nesse momento, “um dentre eles”,
Nicodemos, ergue-se em sua defesa e lhes pergunta: “Acaso nossa Lei condena sem
primeiro ouvi-lo e saber o que fez?” Palavras tímidas e distantes, que recebem dos
chefes dos sacerdotes e dos fariseus, a resposta: “Tu também és galileu? Estuda
a Escritura e verás que da Galileia não surge profeta”. Nicodemos não diz mais
nada. Cala-se. Será que Deus não pode realizar algo que não está na Escritura?
Um fato é
inegável. Também em nossos dias, a opção por Ele, talvez, ocasione
incompreensão e provoque zombarias e perseguição. Mas visto que o próprio
Cristo é maior que o Evangelho, somos impelidos a abrir-nos ao que nos
ultrapassa e estarmos livres para acolher o amor infinito e gratuito de Deus. Só
então seremos capazes de abandonar, com prontidão e disponibilidade, atitudes
de distanciamento ou de desencorajamento, e de compreender, banhados pelas
águas luminosas e profundas do Espírito Santo, que a missão de Jesus na
história é manifestar a misericórdia do Pai.
No entanto, há
os que permanecem fechados sobre si mesmos. Nosso desejo é que todos tenham
seus corações abertos para progredir rumo à benevolência divina, a fim de
reconhecer Jesus na docilidade do seu carinho para conosco e na ternura de sua
bondade. Deus, em Cristo, “desceu à profundidade da terra para buscar a ovelha
desgarrada, ou seja, a criatura que tinha se desgarrado, e após subiu para
apresentar ao seu Pai este “homem” (a humanidade) assim reencontrado” (S.
Irineu). Livres, acolhemos Jesus e em seu amor encontramos o espaço de nossa liberdade.
Então, compreendemos a passagem do Deus-homem ao Deus-humanidade.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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