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Mostrando postagens de agosto, 2014

Reflexão do Evangelho de Lc 4, 16-30 - Jesus em Nazaré - Segunda-feira 01 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 4, 16-30 - Jesus em Nazaré Segunda-feira 01 de Setembro               Jesus encontra-se na sinagoga de sua cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos milagres realizados por Ele. Jesus perscruta os corações. Percebendo a incredulidade enraizada no coração dos ouvintes, no desejo de tocá-los e levá-los à conversão, diz que nenhum profeta é ouvido em sua própria terra, nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras duras e enérgicas. Para espanto deles, Ele acrescenta que os gentios demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de Israel, e exemplifica: Elias foi enviado a uma viúva, em Sarepta, na região da Sidônia, enquanto tantas outras viviam em Israel e, no tempo do profeta Eliseu, “havia muitos leprosos em Israel, todavia, nenhum deles foi curado, a não ser o sírio Naamã”. Estas palavras despertam a indignação da gente piedosa, que julgava os gentios, is

Reflexão do Evangelho de Mt 16, 21-27 - Condições para seguir Jesus - Domingo 31 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 16, 21-27 - Condições para seguir Jesus Domingo 31 de Agosto               As palavras de Jesus eram cheias de misericórdia e de compreensão pelos pecados e fraquezas dos homens. Mas seu pedido e suas exigências, resguardando sempre a liberdade da pessoa humana, eram categóricos. Certa feita, Ele diz aos seus seguidores: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. Ele não força, não constrange, torna cada um senhor da sua livre escolha. Nem todos o seguem e alguns chegam a se opor à sua missão. Então, Ele insiste: “Quem quer salvar a vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la”. Os Apóstolos e tantos outros se tornaram, pela sua decisão, dignos do Senhor e irão proclamar a vitória do amor sobre o reino das trevas e do egoísmo. Estes optam pelo bem, pela verdade e pela vida. A confiança em Jesus não pode ter limites, não há meio termo.          Não obstante sua insistência e firm

Reflexão do Evangelho de Mt 25, 14-30 - Parábola dos talentos - Sábado 30 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 25, 14-30 - Parábola dos talentos Sábado 30 de Agosto                    Jerusalém está bem próxima. Avizinha-se o fim e Jesus já antevê a cruz como serviço supremo a ser realizado em benefício de toda a humanidade. Nessa situação compreende-se o fato de os discípulos pensarem que o Reino de Deus ia se manifestar imediatamente. A exigência de estar preparado para aquele momento não leva à utopia de se sentir livre das responsabilidades da vida presente. Muito pelo contrário. Ela postula, justamente, a necessidade de assumir os trabalhos de cada dia. Por isso, Jesus arrefece o entusiasmo pela vinda imediata do Reino, contando-lhes a parábola dos talentos.            Ao viajar “para uma região longínqua”, um homem de nobre origem distribui aos seus servos, uma determinada quantia de bens, que eles deverão restituir com lucro. O fato reflete a confiança depositada pelo proprietário em seus servos, aos quais ele confia o seu dinheiro, a cada um segundo

Reflexão do Evangelho de Mc 6, 17-29 - Morte de João Batista - Sexta-feira 29 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mc 6, 17-29 - Morte de João Batista Sexta-feira 29 de Agosto        O Evangelho de São Marcos, de onde foi retirada a citação acima, relata a morte de João Batista como uma espécie de prelúdio à missão redentora de Jesus. Ele é apresentado como precursor do Cristo por sua morte, como o foi por sua pregação. Muitos cristãos chegam a apontar semelhanças entre os dois. Ambos foram profetas e ambos testemunharam a verdade, ao preço de sua própria vida. João Batista foi assassinado por ordem de Herodes, e Jesus, depois de ser entregue a Pôncio Pilatos por seus adversários, morreu na cruz. Quantos seguiram Jesus no martírio, fortalecidos em seus corações pelo amor a Deus e por sua verdade! João Batista preferiu afrontar o ódio do rei, em vez de negar os mandamentos de Deus apenas para adulá-lo. Embora aconselhado por João a deixar o pecado do adultério, porque Herodes vivia em concubinato com a mulher do próprio irmão, o rei preferiu livrar-se do homem que o

Reflexão do Evangelho de Mt 24, 42-51 - Vigiar para não ser surpreendido - Quinta-feira 28 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 24, 42-51 - Vigiar para não ser surpreendido Quinta-feira 28 de Agosto Deus oferece o maior e mais belo tesouro, seu Reino de paz, de alegria e de justiça. Realidade espiritual que supera tudo que é passageiro e adquire um novo sentido à luz da mensagem de Jesus. Podemos, no entanto, perdê-la caso não formos vigilantes. O Reino virá como um raio que “lampeja no Oriente e ilumina até o Ocidente”, lembrando os dias “que precederam ao dilúvio”. “Estavam eles, diz o Senhor, comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca”. E Ele conclui, “assim acontecerá na Vinda do Filho do Homem”. Orígenes, grande escritor do século III, exorta “a vigiar, à tarde, isto é, na juventude, à meia noite, na idade média, ao canto do galo, no tempo da velhice ou de madrugada, quando a velhice está já avançada”. Continua ele – “Virá o Senhor ao que não deu sono aos seus olhos, nem descanso às suas pálpebras, e guardou o mandamento daq

Reflexão do Evangelho de Mt 23, 23-32 - Ai de vós fariseus (II) - Terça-feira 26 Agosto e Quarta-feira 27 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 23, 23-32 - Ai de vós fariseus (II) Terça-feira 26 Agosto e Quarta-feira 27 de Agosto        Os fariseus cumprem a Lei com escrupulosa exatidão, a ponto de pagar o “dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças”. Porém, não atendem a exigências de caridade e de justiça para com o pobre e desvalido. Exteriormente, comportam-se de modo exemplar, interiormente, estão distantes e afastados do verdadeiro cumprimento da Lei dada por Deus a Moisés. Eis então que a voz do Senhor, penetrante como um dardo, ressoa por sobre a Cidade Santa: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!” Vós que não cumpris o verdadeiro sentido da Lei. E de seus lábios, ecoam as palavras ditas pelos profetas, que apregoavam o direito, a misericórdia e a fidelidade. Ao invés, os fariseus agem, “como se não houvesse importância, observa S. Cirilo de Alexandria, a justiça e o amor a Deus, deveres obrigatórios a todos”. Ora, o fingimento e a falsa piedade, considerados por J

Reflexão do Evangelho de Mt 23, 13-22 - Ai de vós escribas hipócritas - Segunda-feira 25 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 23, 13-22 - Ai de vós escribas hipócritas Segunda-feira 25 de Agosto                      Os escribas e fariseus substituem o espírito da Lei, que tem por base o amor a Deus e aos homens, por suas tradições humanas e múltiplas normas rituais. Surdos aos profetas, eles já tinham perdido o sentido profundo de suas palavras, e esqueceram-se das recomendações do profeta Miqueias, que exortava “a praticar o direito, a amar a misericórdia e a caminhar humildemente com o seu Deus”. Porque citam os profetas, mas não os traduzem em suas próprias vidas, Jesus denomina-os cegos e hipócritas. Admoestações duras e severas, mas não condenatórias. O objetivo de Jesus é levá-los, diz S. Cirilo de Alexandria, “à prática de julgar, reta e impecavelmente, seus semelhantes sem jamais abandonar a misericórdia e a sinceridade”.         A palavra hipócrita significa usar máscara ou fazer algo para chamar a atenção dos outros sobre si mesmo. Os escribas e fariseus, que dev

Reflexão do Evangelho de Mt 16, 13-20 - Confissão de São Pedro - Domingo 24 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 16, 13-20 - Confissão de São Pedro Domingo 24 de Agosto        Na bela cidade de Cesareia, reedificada pelo tetrarca Felipe no ano 3-2 a.C, Jesus interroga seus discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” A própria pergunta sugere um ponto de vista humano. A opinião popular identificava-o com um dos profetas do passado. “Disseram-lhe: uns afirmam que és João Batista, outros que és Elias, outros, ainda, que és Jeremias ou um dos profetas”. Voltando-se para os Apóstolos, Jesus pergunta: “E vós quem dizeis que eu sou?” Eles pressentem, diz S. Hilário, que, “para além do que se via nele, havia algo mais”. A resposta decisiva e imediata, em nome de todos, é dada por Pedro. Não fundado em premissas puramente humanas, mas sob a inspiração do alto, ele proclama a sua natureza divina: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas!” - confirma Jesus a sua profissão de fé, porque “não foram o sangue nem a carne que te revelaram i

Reflexão do Evangelho de Mt 13, 44-46 - As parábolas do tesouro e da pérola - Sábado 23 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 13, 44-46 - As parábolas do tesouro e da pérola Sábado 23 de Agosto        O Reino de Deus e o mundo novo que há de vir inauguram-se com a pregação de Jesus, que reúne ao seu redor os que se convertem e vivem a Lei nova do amor e da misericórdia. Essa mensagem é anunciada a todos e não conhece privilégios. Dirigindo-se às pessoas simples da Galileia, Jesus destaca que mesmo as realidades frágeis e precárias desta terra adquirem um novo sentido à luz do mistério de sua encarnação, pela qual reconhecemos que Ele se tornou um de nós, para que nós nele nos tornemos o que Ele é. Em outras palavras, todos os homens podem alcançar a bem-aventurança da Terra Prometida do Reino de Deus, comparado por Jesus a um tesouro enterrado, descoberto de modo fortuito. Quem o encontra, com alegria, vai e vende tudo o que possui para comprar o campo. O mesmo acontece com o negociante que, “ao achar uma pérola de grande valor, vai e vende tudo o que possui e a compra”. A

Reflexão do Evangelho de Lc 1, 26-38: Anunciação do Senhor (N. Senhora Rainha) - Sexta-feira 22 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Lc 1, 26-38: Anunciação do Senhor (N. Senhora Rainha) Sexta-feira 22 de Agosto O arcanjo Gabriel anuncia a Maria que o Espírito Santo descerá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra, assim como a nuvem, presença de Deus, tinha descido sobre o monte Sinai. Por isso, aquele que nascer dela será santo e chamado Filho de Deus. Com a resposta: “Seja feita a tua vontade”, Maria acolhe em sua humanidade a ação santificante do Espírito divino, que preside ao nascimento de Jesus. S. Justino e S. Irineu leem esta passagem à luz do relato do Gênesis e traçam um paralelo entre Maria e Eva, “a mãe de todos os viventes”, entre o “fiat”, o faça-se da anunciação, e a desobediência dos primeiros pais, causa decisiva do pecado original. Assim, diante da pergunta: “Como é que vai ser isso?”, o anjo conduz Maria à fé e à obediência, ao contrário do anjo mau que incita Eva à desobediência e à incredulidade. Paralelismo presente na Tradição antiga, também nos comentadores co

Reflexão do Evangelho de Mt 22, 1-14 Parábola das Bodas - Quinta-feira 21 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 22, 1-14 Parábola das Bodas Quinta-feira 21 de Agosto               Uma das mais belas imagens do céu nas Escrituras é o banquete ou a celebração das bodas dada pelo rei em honra de seu filho. Mas para participar dele há uma condição, a de ser livre diante dos bens materiais. É o que se deduz da resposta dada pelos convidados ao banquete, como atesta S. Cirilo de Alexandria: “Eles desdenharam o convite, porque estavam voltados para as coisas terrenas e tinham concentrado sua mente nas vãs distrações deste mundo”. Uns tem bois e mulheres, campos e outros afazeres que os impedem de ouvir o apelo do Senhor, cujo desejo é de que todos tenham disposição de espírito, abertura de coração e liberdade interior, expressos no desapego ou na pobreza em espírito. Os que estão presos aos seus bens e preocupações não participam da festa, ou como diz S. Agostinho, “os primeiros convidados foram reprovados devido a suas escusas. Por isso, venham os mendigos, já que qu

Reflexão do Evangelho de Mt 20, 1-16 - Parábola dos trabalhadores da vinha - Quarta-feira 20 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 20, 1-16 - Parábola dos trabalhadores da vinha Quarta-feira 20 de Agosto               Logo no início da parábola dos trabalhadores da vinha, Jesus se coloca nos horizontes do Reino dos céus, onde não há lugar para a inveja, tampouco para a cobiça. No romper do dia, diz Jesus, o próprio dono da vinha toma a iniciativa de sair à procura de operários e, indo à praça, faz, por assim dizer, um contrato com cada um deles, nas diversas horas do dia. A todos, ele irá pagar a mesma quantia. A promessa feita pelo dono da vinha é inusitada, pelo fato de ele pagar a mesma importância a todos, e também por ter, no final do dia, começado pelos últimos, os recém-chegados. Os que tinham sido contratados na primeira hora e que suportaram o calor do dia estranharam a conduta do mestre e objetaram o seu modo de agir. Ele demonstra, sem dúvida, ter consciência do que significava a não existência do trabalho, pois caso os últimos não recebessem o pagamento do dia todo,

Reflexão do Evangelho de Mt 19, 23-30 - O perigo das riquezas - Terça-feira 19 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 19, 23-30 - O perigo das riquezas Terça-feira 19 de Agosto        Os Apóstolos acompanhavam o desenrolar do diálogo de Jesus com o jovem rico e viram sua reação diante das palavras misericordiosas do Senhor. S. Agostinho observa que o jovem não entendeu “que o supérfluo, que possuía, era necessário ao pobre” e por isso, apegado aos seus bens materiais, não segue mais de perto o Mestre. Jesus queria fazer dele um discípulo. Daí a pergunta de S. Pedro: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. O que é que vamos receber?” Sem recriminá-lo por sua expectativa de retribuição, Jesus confirma o que tinha dito ao jovem rico, lançando um apelo à perfeição, que consiste em estar livre para Deus. Aos ouvidos dos Apóstolos soa a máxima: “Deus só e em primeiro lugar”.           Diante deles, descortinam-se as muralhas de Jerusalém, mais exatamente, eles encontram-se diante de uma de suas portas, chamada de “olho (buraco) da agulha”, que dava acesso à cidade. Ela

Reflexão do Evangelho de Mt 19, 16-22: O jovem rico - Segunda-feira 18 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 19, 16-22: O jovem rico Segunda-feira 18 de Agosto         Um jovem procura Jesus não com o intuito de segui-lo, mas de assegurar-se da salvação: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?” A pergunta sugere a ideia de ele julgar ser possível alcançar a salvação, mediante suas obras. Convidando-o a passar de uma visão cultual e legalista a uma visão moral-espiritual, Jesus lhe diz: “Por que me perguntas sobre o que é bom? O Bom é um só”. Ninguém é bom, senão só Deus. A seguir, ao ouvi-lo afirmar que conhece e observa os mandamentos, após lançar um olhar de afeto por ele, o Mestre apresenta-lhe um desafio: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus”.           Este episódio gravita ao redor das posses de um jovem rico. Possivelmente, guiado pela ideia de que as riquezas e o sucesso terreno são sinais das bênçãos divinas, ele julgue que a porta de acesso ao céu esteja vinculada aos bens materia

Reflexão do Evangelho de Lc 1,39-56 – Assunção de N. Senhora - Domingo 17 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Lc 1,39-56 – Assunção de N. Senhora Domingo 17 de Agosto                       Nessa passagem do Evangelho, ao iniciar o relato com a expressão “naqueles dias”, S. Lucas designa os acontecimentos primordiais, remetendo seus leitores às origens da fé. Igualmente, destaca a prontidão, disposição constante de Maria, refletida no fato de ela ir imediatamente à casa de Isabel para servi-la. S. Bento comenta: “Maria vai no passo alegre da obediência e na agilidade do temor de Deus”. A mesma ideia é frisada por S. Ambrósio ao dizer: “Maria é movida pela alegria de servir, levada pela piedade em cumprir seu dever de parente e pela pressa do júbilo. Repleta de Deus, como não alcançaria vivamente os cumes da caridade? O dom do Espírito Santo ignora toda demora!”        Maria parte com a prontidão da caridade. Ao chegar à casa de sua prima, abrem-se os olhos interiores de Isabel e ela vislumbra uma luz que ninguém poderá obscurecer. Em seu seio estremece a crianç

Reflexão do Evangelho de Mt 19, 13-15 - Jesus e as crianças - Sábado – 16 de agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 19, 13-15 - Jesus e as crianças Sábado – 16 de agosto Jesus se vê rodeado de crianças, trazidas pelos parentes, a fim de Ele lhes impor as mãos. Sinal de transcendência sagrada, contato salvador de Jesus com a humanidade, cujo efeito é testemunhado pela hemorroíssa, ao tocar suas vestes, e pelo surdo-mudo, tocado por Ele. Esse aspecto sensível faz parte integrante da realidade humana. Também, em nossos dias, é forte a necessidade de tocar, de sentir a presença da graça e de receber uma bênção pela imposição das mãos.        Das crianças é o Reino de Deus, proclama o Evangelho. Elas confiam em Jesus e suas mães desejam que Ele lhes conceda proteção e a graça divina. Escreve S. Epifânio: “As crianças ignoram a maldade, pois não sabem pagar o mal com o mal. Não sabem como prejudicar alguém”. Apolinário de Laodiceia observa: “O que a criança tem por natureza, Deus deseja que tenhamos por escolha: confiança, simplicidade, não guardando rancor em face aos

Reflexão do Evangelho de Mt 19, 3-12- Perguntas sobre o divórcio - Sexta-feira 15 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 19, 3-12- Perguntas sobre o divórcio Sexta-feira 15 de Agosto               Acalorada era a discussão entre os rabinos sobre o motivo que legitimava o repúdio da própria mulher. A questão girava ao redor das determinações do Deuteronômio, cujas expressões eram pouco precisas. Para testar Jesus, os fariseus lhe perguntam: “É lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo que seja?” Os mais rígidos, escola de Shammai, interpretavam o texto bíblico em seu sentido estrito: só em caso de uma conduta deveras desonrante. Ou em sentido mais amplo, escola de Hillel, segundo a qual se podia repudiar a mulher por não importa qual motivo. A pergunta é capciosa e visa colocar Jesus à prova, no desejo de arrastá-lo para uma contenda.        Ciente do que se passa no coração de seus ouvintes, o Senhor situa a questão no quadro dos desígnios do Pai. Sem negar a Lei, é necessário superá-la não se deixando limitar por ela ou pela ideia de que Moisés aprovava o

Reflexão do Evangelho de Mt 18, 21- 19,1 - Perdão das ofensas e a parábola do devedor implacável - Quinta-feira 14 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 18, 21- 19,1 - Perdão das ofensas e a parábola do devedor implacável Quinta-feira 14 de Agosto               A própria história humana mostra que a liberdade e a felicidade não são simplesmente expectativas, mas possibilidades reais. O ser humano pode ou não corresponder ao bem. Mas, mesmo negando o bem, o homem jamais deixará de ter a possibilidade de se corrigir. Por isso, Jesus fala do perdão, sempre renovado, que não se limita só a sete vezes, como pensava o Apóstolo S. Pedro: “Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão, que pecar contra mim? Até sete vezes?” O número sete significa totalidade e indica que o discípulo deve perdoar sempre, mesmo que a falta se repita. Talvez ao dizer sete, Pedro pensasse num número máximo de vezes. No entanto, o coração misericordioso de Jesus surpreende a todos. Ele responde: “Não te digo até sete, mas até setenta e sete vezes”. A bondade do Senhor é infinita. E para que os discípulos não acalentem ideias de ranc

Reflexão do Evangelho de Mt 18, 15-20 – Correção fraterna - Quarta-feira 13 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 18, 15-20 – Correção fraterna Quarta-feira 13 de Agosto Nesta passagem, Jesus fala aos seus discípulos sobre a liberdade espiritual necessária para restaurar a boa convivência e a amizade entre as pessoas. E mostra que não se trata simplesmente de um procedimento social ou de uma reconciliação da boca para fora, mas de uma atitude mística, nascida da comunhão com Deus. Aquele que trouxer o amor (ágape) divino, em seu coração, jamais abrirá espaço para algo que possa prejudicar a vida de seu semelhante. Ao contrário, será abençoado por uma harmoniosa relação entre o espírito e a graça, que o conduzirá à união com Deus, fonte de íntimo e verdadeiro respeito para com todos. A paz e a união devem prevalecer sempre. A vigilância dos homens em relação a isso há de ser constante e não menos incessante o desejo da correção fraterna: reorientar para Deus aquele que errou ou praticou o mal. O modo como Jesus apresenta a correção fraterna aos discípulos – e po

Reflexão do Evangelho de Mt 18, 1-5.10.12-14 - Quem é o maior? - Terça-feira 12 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 18, 1-5.10.12-14 - Quem é o maior? Terça-feira 12 de Agosto               No surgimento da Igreja, o Apóstolo S. Pedro recebe do Senhor diversos sinais de preeminência, o que poderia despertar, entre os Apóstolos, certa rivalidade. Não esqueçamos, observa S. Jerônimo, que os demais “Apóstolos tinham visto que Pedro e o Senhor pagaram o mesmo tributo” devido ao Templo. Tiago e João foram escolhidos com Pedro para serem testemunhas da Transfiguração. Eles já o tinham sido da ressurreição da filha de Jairo. Vem, então, muito a propósito a curiosidade dos discípulos, “que se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: Quem é o maior no Reino dos Céus?” Em todos os tempos, o desejo de grandeza e de glória encontra guarida em muitas mentes. Mas nada escapa ao olhar atento de Jesus. Por isso, querendo formá-los, Ele adverte que para partilhar da sua glória é necessário passar pela cruz. De imediato, eles não o entendem, pois era forte entre eles a concepção da

Reflexão do Evangelho de Mt 17, 22-27 - Segundo anúncio da paixão e tributo pago ao Templo - Segunda-feira 11 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 17, 22-27 - Segundo anúncio da paixão e tributo pago ao Templo Segunda-feira 11 de Agosto        O primeiro anúncio da Paixão deu-se após a confissão de Pedro em Cesareia. Na ocasião, Jesus confere a Pedro uma função de primeiro plano em sua Igreja: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Naquele momento, Pedro não tinha ainda compreendido a missão do Mestre em toda a sua extensão. Presos à imagem do Messias terreno, que iria restaurar o reino de Israel, os Apóstolos sentiam dificuldades em acolher o anúncio do seu sofrimento e de sua morte dolorosa. Desta vez, porém, eles já têm conhecimento dos ensinamentos de Jesus e da sua rejeição a todo poder terreno.    Com efeito, o segundo anúncio deu-se após a Transfiguração de Jesus no monte Tabor, momento de glória e de intimidade com o Pai. “Lá diante deles, escreve S. Cirilo de Alexandria, Jesus se transfigurou, seu rosto resplandeceu como o sol. Mostrando-lhes a glória com a qual,

Reflexão do Evangelho de Mt 14, 22-33 - Jesus caminha sobre as águas - Domingo 10 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 14, 22-33 - Jesus caminha sobre as águas Domingo 10 de Agosto               Após despedir o povo e enviar os discípulos para a outra margem do lago, “Jesus subiu ao monte, a fim de orar”. Retira-se para a montanha, para perto de Deus. Silêncio e solidão. Logo após, Ele vai ao encontro de seus discípulos, que, num barco, se dirigiam a Cafarnaum. “Na quarta vigília da noite”, nos primeiros albores do dia, Jesus se aproxima deles “caminhando sobre o mar”. Soprava um vento forte e impetuoso, quando eles avistam, em meio às águas encapeladas, um vulto que se aproxima. Vendo aquilo, sentiram medo e chegaram a exclamar: “É um fantasma!”        Assustados, eles viam o vulto se aproximar, andando sobre as águas. Mas exatamente naquele instante, ouviu-se uma voz serena que os tranquilizava: “Não temais, sou eu!” Imediatamente, eles reconhecem que é o Mestre, que faz menção de passar adiante, como o fez com os discípulos em Emaús. Provocação para despertá-los

Reflexão do Evangelho de Mt 17, 14-20 - A cura do endemoninhado epilético - Sábado 09 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 17, 14-20 - A cura do endemoninhado epilético Sábado 09 de Agosto               As pessoas “admiravam-se” das palavras de Jesus, cheias de misericórdia e compreensão, mas também dos seus milagres, manifestações do seu poder sobre as doenças e as forças da natureza. O Evangelho fala dos milagres como sinais que proclamam a reconciliação e a comunhão do homem com Deus. Por isso, os primeiros cristãos tinham tendência a ver nos milagres a presença da divindade de Jesus, que, no entanto, os corrige e os faz entender que os milagres assinalam, sobretudo, a vocação do homem, criado para dominar a criação e para instaurar, no poder de Deus, um mundo de amor e de liberdade. Em outras palavras, os milagres nos inserem na dinâmica da regeneração e da reconciliação, sinal de uma criação renovada, atestada pela conversão de Nicodemos e pelas muitas curas, como a do cego de nascença.           No Evangelho de hoje, diante de Jesus encontra-se um pai com seu filh

Reflexão do Evangelho de Mt 16, 24-28 - Condições para seguir Jesus - Sexta-feira 08 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 16, 24-28 - Condições para seguir Jesus Sexta-feira 08 de Agosto               As palavras de Jesus eram cheias de misericórdia e de compreensão pelos pecados e fraquezas dos homens. Mas seu pedido e suas exigências, resguardando sempre a liberdade da pessoa humana, eram categóricos. Assim, certa feita, Ele diz aos seus seguidores: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. Ele não força, não constrange, torna cada um senhor da sua livre escolha. Nem todos o seguem e alguns chegam a se opor à sua missão. Então, Ele insiste: “Quem quer salvar a vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la”. Os Apóstolos e tantos outros se tornaram, pela sua decisão, dignos do Senhor e irão proclamar a vitória do amor sobre o reino das trevas e do egoísmo. Estes optam pelo bem, pela verdade e pela vida. A confiança em Jesus não pode ter limites, não há meio termo.          Não obstante sua insistê