Reflexão do Evangelho de Mt 18, 1-5.10.12-14 - Quem é o maior? - Terça-feira 12 de Agosto
Reflexão do
Evangelho de Mt 18, 1-5.10.12-14 - Quem é o maior?
Terça-feira 12 de Agosto
No surgimento da Igreja, o Apóstolo S. Pedro recebe do Senhor diversos
sinais de preeminência, o que poderia despertar, entre os Apóstolos, certa
rivalidade. Não esqueçamos, observa S. Jerônimo, que os demais “Apóstolos
tinham visto que Pedro e o Senhor pagaram o mesmo tributo” devido ao Templo.
Tiago e João foram escolhidos com Pedro para serem testemunhas da
Transfiguração. Eles já o tinham sido da ressurreição da filha de Jairo. Vem,
então, muito a propósito a curiosidade dos discípulos, “que se aproximaram de
Jesus e lhe perguntaram: Quem é o maior no Reino dos Céus?”
Em todos os tempos, o desejo de grandeza e de glória encontra guarida em
muitas mentes. Mas nada escapa ao olhar atento de Jesus. Por isso, querendo
formá-los, Ele adverte que para partilhar da sua glória é necessário passar
pela cruz. De imediato, eles não o entendem, pois era forte entre eles a
concepção da vinda gloriosa do Messias. Jesus não desiste. Em sua paciência,
escreve S. Jerônimo, Ele “quer purificar, por meio da humildade, o desejo de
glória manifestado por eles”. Ele se assenta, como no sermão da Montanha, e
profere um solene apelo, pois não se trata simplesmente de uma situação
hierárquica. O essencial não é o lugar que eles ocuparão junto a Ele, mas é
possuir a condição necessária para entrar no Reino de Deus. E esta consiste,
acentua S. Gregório de Nissa, “no serviço, compreendido como atitude de quem
segue o Mestre e abraça como sentido de sua vida o amor a Deus e ao próximo”.
Porém,
para viver o amor, expresso no serviço, há uma exigência, a de conversão,
mudança no modo de pensar e de ser. Daí o fato de Jesus dizer: “Se alguém
quiser ser o primeiro, seja o último e aquele que serve a todos”. E exemplifica
suas palavras, tomando uma criança e colocando-a no meio deles. “Neste gesto,
diz Orígenes, Ele simboliza a humildade, obra do Espírito Santo” na vida de
quem o segue. A figura das crianças é comentada por S. Hilário que observa:
“Por crianças, o Senhor significa todos os que nele creem pela fé, após tê-lo
escutado. Pois serão como
as crianças, que seguem seu pai, que amam sua mãe e têm por verdadeiro o que
lhes é dito”. Estes farão parte do Reino de Deus e neles brilhará a humildade do
Senhor.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.
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