Reflexão do Evangelho de Mt 14, 13-21 - Multiplicação dos pães (primeira) - Domingo 03 de Agosto
Reflexão
do Evangelho de Mt 14, 13-21 - Multiplicação dos pães (primeira)
Domingo
03 de Agosto
Logo
após ter recebido a notícia da morte de João Batista, Jesus retira-se para um
lugar solitário, a fim de orar e refletir. “Ele o faz, observa S. Jerônimo, não
por temer a morte, mas para impedir que os seus inimigos acrescentem um
homicídio a outro ou para estender o momento de sua morte até à Páscoa”. Segundo
o parecer de S. João Crisóstomo, Jesus se retira “por não desejar que a sua
identidade fosse desde já conhecida”.
Mas
a multidão não o abandona, segue-o, talvez movida por curiosidade ou por gratidão
pelos benefícios recebidos. O dia declina, o lugar é deserto e a multidão não
tem com que se alimentar. Ao vê-la, Jesus “teve compaixão dela” e, percebendo
que ela estava faminta, pergunta a Felipe: “Onde compraremos pão para que todos
estes tenham o que comer?” Ele bem sabia, diz o Evangelho, o que havia de
fazer. Àquela multidão de cinco mil pessoas, Ele vai manifestar a generosidade
e a ternura do seu coração. O seu amor remove todas as barreiras e Ele mostra
aos Apóstolos que está pronto a intervir para socorrê-la. De fato, “todos
ficaram saciados, e ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços que
sobraram”.
Maravilhado com a infinita bondade e
misericórdia do Senhor, Eusébio de Emésia exclama: “Num lugar ermo, Aquele que
lá está, está pronto a saciar a fome do mundo”. Fome não só de pão, não só da
lei de Deus, mas fome de algo mais, “do pão de Deus, pão que desce do céu e dá
vida ao mundo” (Jo 6,33). Este pão será dado em benefício de todos e de modo
superabundante e dele viverá o novo povo de Deus. A sua distribuição caberá aos
Apóstolos, designados pelo Senhor como anunciadores da Palavra de Deus a todos
os povos e nações. À ceia do Messias todos os famintos estão convidados.
Jesus, como pastor de Deus, cuida do seu
povo no deserto. Ele toma em suas mãos os cinco pães e os dois peixes e levanta
os olhos para o céu, rendendo graças a Deus, “para dar glória Àquele, diz S.
Hilário de Poitiers, de quem Ele procedia: não que lhe fosse necessário olhar o
Pai com seus olhos de carne, mas para que a multidão compreendesse de quem
provinha tal poder”. Se no deserto, Deus alimentara o povo judeu com o maná do
céu, agora, a multidão é alimentada com o pão oferecido por Jesus, sinal do pão
celestial, alimento de ressurreição, que é a Eucaristia. Perante esse fato e vendo-o
como anúncio do pão da vida, proclama S. Hipólito de Roma: “Quem come a Vida
não pode morrer”.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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