Reflexão do Evangelho de Mt 24, 42-51 - Vigiar para não ser surpreendido - Quinta-feira 28 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 24, 42-51 - Vigiar para não ser surpreendido
Quinta-feira 28 de Agosto

Deus oferece o maior e mais belo tesouro, seu Reino de paz, de alegria e de justiça. Realidade espiritual que supera tudo que é passageiro e adquire um novo sentido à luz da mensagem de Jesus. Podemos, no entanto, perdê-la caso não formos vigilantes. O Reino virá como um raio que “lampeja no Oriente e ilumina até o Ocidente”, lembrando os dias “que precederam ao dilúvio”. “Estavam eles, diz o Senhor, comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca”. E Ele conclui, “assim acontecerá na Vinda do Filho do Homem”. Orígenes, grande escritor do século III, exorta “a vigiar, à tarde, isto é, na juventude, à meia noite, na idade média, ao canto do galo, no tempo da velhice ou de madrugada, quando a velhice está já avançada”. Continua ele – “Virá o Senhor ao que não deu sono aos seus olhos, nem descanso às suas pálpebras, e guardou o mandamento daquele que disse: Vigiai em todo tempo”. Ocorrerá, então, a parusia, a volta de Jesus, em sua glória no tempo do Fim. Os que se prepararam, na observância de seus ensinamentos, participarão da plenitude da sua alegria na glória do Pai.
Mas a vinda do Senhor, quando será? Jesus ensina aos discípulos que “quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas somente o Pai”. O próprio Jesus diz: “Não vos pertence saber”. S. João Crisóstomo vê nestas palavras o apelo do Senhor para que “cada um sempre o espere e sempre se empenhe” no serviço aos pobres e desvalidos. Por conseguinte, nestes poucos versículos, o autor bíblico delineia a sorte contrastante dos judeus incrédulos e dos discípulos de Cristo, vigilantes. Tal quadro é projetado na história e atravessa os tempos na caminhada para o encontro final com Cristo.  
         Se cada um participa pessoalmente do “pecado do mundo”, também a retribuição não deixa de ser pessoal. Pois a alma, no dizer de S. Agostinho, “deseja unir-se diretamente ao Senhor, sem que nada se interponha entre ela e Deus”. Importante é vigiar para não ser surpreendido ou, em outras palavras, urge viver cada instante, intensamente, situando-se nos horizontes ternos da misericórdia de Deus.  


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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