Reflexão do Evangelho de Mt 22, 1-14 Parábola das Bodas - Quinta-feira 21 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 22, 1-14 Parábola das Bodas
Quinta-feira 21 de Agosto
      
       Uma das mais belas imagens do céu nas Escrituras é o banquete ou a celebração das bodas dada pelo rei em honra de seu filho. Mas para participar dele há uma condição, a de ser livre diante dos bens materiais. É o que se deduz da resposta dada pelos convidados ao banquete, como atesta S. Cirilo de Alexandria: “Eles desdenharam o convite, porque estavam voltados para as coisas terrenas e tinham concentrado sua mente nas vãs distrações deste mundo”. Uns tem bois e mulheres, campos e outros afazeres que os impedem de ouvir o apelo do Senhor, cujo desejo é de que todos tenham disposição de espírito, abertura de coração e liberdade interior, expressos no desapego ou na pobreza em espírito. Os que estão presos aos seus bens e preocupações não participam da festa, ou como diz S. Agostinho, “os primeiros convidados foram reprovados devido a suas escusas. Por isso, venham os mendigos, já que quem convida é aquele que sendo rico se fez pobre por nós, para que os mendigos nos enriqueçam com a sua pobreza”.
       Na parábola contada por Jesus, dois elementos se destacam. O primeiro refere-se aos convidados originais para a festa, aos quais foram enviados convites com muita antecedência, com tempo suficiente para se prepararem. Torna-se assim justificável o desagrado do rei diante da recusa dos convidados, que, claramente, negavam dar-lhe a honra que lhe era devida.  Há nesta passagem uma alusão à atitude dos judeus, criticada por Jesus, embora transpareça no texto seu desejo de que, também eles, participem da alegria do Reino.   
O segundo elemento da parábola refere-se aos que, posteriormente, foram conduzidos ao banquete: maus e bons, pecadores e estrangeiros, recolhidos ao longo das estradas. Fruto da graça divina, o convite é para todos. No entanto, ele não deixa de ser um alerta tanto para os que o recusaram como para os que, aceitando-o, se aproximaram indignamente da festa. Se a graça é um dom gratuito, ela exige o compromisso de ter o coração aberto para Deus e de viver segundo sua Palavra. Atitude emblemática que coloca os discípulos a serviço de Deus e dos homens, a exemplo de Cristo que “sendo rico se fez pobre por nosso amor” (S. Paulo). Só então eles terão acesso ao banquete celestial.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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