Reflexão do Evangelho de Mt 16, 13-20 - Confissão de São Pedro - Domingo 24 de Agosto
Reflexão do
Evangelho de Mt 16, 13-20 - Confissão de São Pedro
Domingo 24 de Agosto
Na
bela cidade de Cesareia, reedificada pelo tetrarca Felipe no ano 3-2 a.C, Jesus
interroga seus discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” A própria pergunta
sugere um ponto de vista humano. A opinião popular identificava-o com um dos
profetas do passado. “Disseram-lhe: uns afirmam que és João Batista, outros que
és Elias, outros, ainda, que és Jeremias ou um dos profetas”. Voltando-se para
os Apóstolos, Jesus pergunta: “E vós quem dizeis que eu sou?” Eles pressentem,
diz S. Hilário, que, “para além do que se via nele, havia algo mais”. A
resposta decisiva e imediata, em nome de todos, é dada por Pedro. Não fundado
em premissas puramente humanas, mas sob a inspiração do alto, ele proclama a sua
natureza divina: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. “Feliz és tu, Simão,
filho de Jonas!” - confirma Jesus a sua profissão de fé, porque “não foram o
sangue nem a carne que te revelaram isto, mas sim o meu Pai que está nos céus”.
O Apóstolo Pedro crê ser Jesus o Filho de Deus, e sua declaração torna-se a
profissão de fé da Igreja da Nova Aliança.
Desde
então, Jesus não mais pergunta, apenas profere algumas afirmações. Ao Apóstolo Pedro,
ele declara: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”. Ratifica
o nome dado a Simão, em seu primeiro encontro, e o designa como fundamento de
sua Igreja, que supera a “qahal”, assembleia dos fiéis, do Antigo Testamento.
Teodoro de Mopsuéstia comenta: “Ao dizer que sua confissão de fé é uma rocha,
Jesus afirma que, sobre esta rocha, construiria a sua Igreja”, sacramento da
unidade do Deus Trino. Cabe a Pedro solidificá-la, confirmando os irmãos na fé
e na prática da fé.
Ao dizer-lhe: “Eu te darei as chaves do
Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que
desligares na terra será desligado nos céus”, Jesus confere-lhe poderes de
ordem espiritual, que evocam a ideia rabínica de excluir da comunidade ou nela
admitir. A Igreja se perpetua: “Eu estarei convosco até o fim dos tempos”, pois
Ele não a abandona às forças da destruição, e a função do Apóstolo Pedro
continua, através de seus sucessores, até nossos dias. S. Leão Magno lembra que
“o primeiro a reconhecer o Senhor é o primeiro em dignidade entre os
Apóstolos”. Caracterizam-no a prontidão de um coração caloroso e, sobretudo, a
acolhida do dom de Deus: natureza e graça divina. Orígenes exclama: “É belo que
Pedro tenha dito ao Salvador: ‘Tu és o Cristo’; melhor ainda, o fato de ele
reconhecê-lo como ‘o Filho do Deus vivo’. O próprio Jesus dissera, pelos
profetas: ‘Eu sou o Vivente!’ No Evangelho, Ele proclama: ‘Eu sou a Vida’”. A
profissão de Pedro é proclamada por seus sucessores e pelos que creem em Jesus.
A todos, Ele diz: “Bem-aventurados sois vós”. E neles refulge a luz do Pai.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, o.f.m.
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