Reflexão do Evangelho de Mt 16, 24-28 - Condições para seguir Jesus - Sexta-feira 08 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 16, 24-28 - Condições para seguir Jesus
Sexta-feira 08 de Agosto
      
       As palavras de Jesus eram cheias de misericórdia e de compreensão pelos pecados e fraquezas dos homens. Mas seu pedido e suas exigências, resguardando sempre a liberdade da pessoa humana, eram categóricos. Assim, certa feita, Ele diz aos seus seguidores: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. Ele não força, não constrange, torna cada um senhor da sua livre escolha. Nem todos o seguem e alguns chegam a se opor à sua missão. Então, Ele insiste: “Quem quer salvar a vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la”. Os Apóstolos e tantos outros se tornaram, pela sua decisão, dignos do Senhor e irão proclamar a vitória do amor sobre o reino das trevas e do egoísmo. Estes optam pelo bem, pela verdade e pela vida. A confiança em Jesus não pode ter limites, não há meio termo.  
       Não obstante sua insistência e firmeza, Ele não abandona jamais a sua meiguice e complacência. Aos Apóstolos, Ele indica o Pai que está presente ao lado deles, afastando a impressão de um Deus distante, anunciado pelo profeta Isaías, num grito profundamente humano: “Oxalá que fendesses o céu e descesses até nós” (63,19). Ao contrário, seu desejo é levar todos ao encontro pessoal com o Pai e à participação do inefável mistério do seu amor divino.
À primeira vista, a impressão que se tem é de que a voz de Deus é inaudível, um quase silêncio, mas mesmo assim ela não deixa de exercer uma pressão delicada, dilatando o coração humano, para colocá-lo a serviço dos seus semelhantes. É certo que, no ambiente em que se vive e no seu próprio interior, forças contrárias se levantam, mas o discípulo encontra no Senhor força e coragem para viver o Evangelho do amor e da misericórdia, e, na pessoa do Senhor, se reconhece filho amado do Pai.                
       Por conseguinte, no seguimento de Jesus, o despojamento e a renúncia expressam-se positivamente no amor a Deus e na prática do bem. Nesse sentido, ao despojar-se das riquezas materiais e das glórias humanas, S. Francisco de Assis sente-se livre para servir a todos, especialmente, os mais pobres, fazendo-se um deles, pois em seu coração arde o amor pelo Senhor, que o leva a passar horas e noites exclamando: “Meu Deus e meu tudo!” Saboreando essas palavras, com lágrimas nos olhos, ele repetia incansavelmente: “O Amor não é amado”.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m. 

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