Reflexão do Evangelho de Mt 14, 22-36 - Jesus caminha sobre as águas - Segunda-feira 04 de Agosto

Reflexão do Evangelho de Mt 14, 22-36 - Jesus caminha sobre as águas
Segunda-feira 04 de Agosto
      
       Após despedir o povo e enviar os discípulos para a outra margem do lago, “Jesus subiu ao monte, a fim de orar”. Retira-se para a montanha, para perto de Deus. Silêncio e solidão. Logo após, Ele vai ao encontro de seus discípulos, que, num barco, se dirigiam a Cafarnaum. A tarde já ia avançada quando Jesus se aproxima deles “caminhando sobre o mar”. Soprava um vento forte e impetuoso. Eles avistam, em meio às águas encapeladas, um vulto que se aproxima.
       Vindo sobre as águas, Jesus faz menção de passar adiante, como o fez com os discípulos em Emaús. Provocação para despertá-los à responsabilidade da liberdade, pois Deus é aquele que passa. Assim se deu na primeira Páscoa do Egito ou nas grandes visões de Moisés ou de Elias. Também agora com a sua vinda entre os homens. Por isso, destaca S. João Crisóstomo, Ele “não acorre imediatamente para salvar os discípulos, mas os instrui, através do temor, a afrontar os perigos e aflições”.
Assustados, eles ouvem a voz serena do Mestre: “Sou eu, não temais”. Não é um fantasma, é o próprio Jesus. Sua resposta: “não temais”, que recorda a promessa a Isaías: “Não temais, pois eu estou convosco”, significa “crede unicamente” e soa como um apelo aos Apóstolos para estarem abertos interiormente à presença divina, sempre surpreendente. Nesse sentido, ao concluir: “Sou eu”, Ele lembra aos Apóstolos as manifestações inauditas de Deus, conduzindo o povo de Israel no deserto, e que agora é Ele, presença do Deus “inefável”, acompanhando o seu povo à Jerusalém celeste.
 No entanto, Jesus exige confiança e entrega irrestrita, atitude fundamental, graças à qual seus discípulos participarão do seu poder, significado no fato de Ele permitir que Pedro, representante dos Doze, caminhe sobre as águas.  Caso afundem ou vacilem, não lhes faltará sua mão misericordiosa, que os conduz à barca, onde estarão em companhia do seu Mestre e alcançarão a serenidade (apátheia) e o repouso (hesychia). Então, o vento cessará.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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