Reflexão do Evangelho de Mt 23, 23-32 - Ai de vós fariseus (II) - Terça-feira 26 Agosto e Quarta-feira 27 de Agosto
Reflexão
do Evangelho de Mt 23, 23-32 - Ai de vós fariseus (II)
Terça-feira
26 Agosto e Quarta-feira 27 de Agosto
Os fariseus cumprem a Lei com escrupulosa
exatidão, a ponto de pagar o “dízimo da hortelã, da arruda e de todas as
hortaliças”. Porém, não atendem a exigências de caridade e de justiça para com
o pobre e desvalido. Exteriormente, comportam-se de modo exemplar, interiormente,
estão distantes e afastados do verdadeiro cumprimento da Lei dada por Deus a
Moisés.
Eis
então que a voz do Senhor, penetrante como um dardo, ressoa por sobre a Cidade
Santa: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!” Vós que não cumpris o verdadeiro
sentido da Lei. E de seus lábios, ecoam as palavras ditas pelos profetas, que apregoavam
o direito, a misericórdia e a fidelidade. Ao invés, os fariseus agem, “como se
não houvesse importância, observa S. Cirilo de Alexandria, a justiça e o amor a
Deus, deveres obrigatórios a todos”. Ora, o fingimento e a falsa piedade, considerados
por Jesus pecados contra o Espírito Santo, devem ser evitados por seus
discípulos. Daí falar-lhes, como jamais
fizera antes: “Estai atentos a não fazerdes vossa justiça diante dos homens, para que
vos vejam; de outro modo não tereis
recompensa diante de vosso Pai, que está nos céus” (Mt 6,1).
Ai de vós, peritos das Escrituras!
Hipócritas! O povo ouvia Jesus com espanto e temor. Caíam as máscaras dos que
se consideravam sábios e guias do povo, e manifestava-se o vazio de seus
corações. Essa era justamente a intenção de Jesus. Suas palavras não eram de
condenação, elas visavam à conversão ou à transformação interior dos seus
corações. A todos, Jesus sempre manifestou sua compaixão e carinho, e agora Ele
quer convertê-los e levá-los à realização da vontade do Pai. Mas por se julgarem
os únicos verdadeiros intérpretes da Lei, eles se sentem agredidos e ofendidos pelas
suas palavras e, rejeitando-o, tudo fazem para que o povo não o acolha. Mas a
palavra do Mestre não foi em vão. Muitos de seus ouvintes reconhecem que sua
crítica funda-se no fato de os fariseus permanecerem presos às práticas exteriores, “limpar copos e pratos” , não indo além, ao
sentido espiritual, à purificação interior (tò entós) do coração. Pois é através do visível, como de um
trampolim, que se eleva à contemplação do espiritual.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.
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