Reflexão do Evangelho de Mt 17, 22-27 - Segundo anúncio da paixão e tributo pago ao Templo - Segunda-feira 11 de Agosto
Reflexão do
Evangelho de Mt 17, 22-27 - Segundo anúncio da paixão e tributo pago ao Templo
Segunda-feira 11 de
Agosto
O
primeiro anúncio da Paixão deu-se após a confissão de Pedro em Cesareia. Na
ocasião, Jesus confere a Pedro uma função de primeiro plano em sua Igreja: “Tu
és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Naquele momento, Pedro
não tinha ainda compreendido a missão do Mestre em toda a sua extensão. Presos
à imagem do Messias terreno, que iria restaurar o reino de Israel, os Apóstolos
sentiam dificuldades em acolher o anúncio do seu sofrimento e de sua morte
dolorosa. Desta vez, porém, eles já têm conhecimento dos ensinamentos de Jesus
e da sua rejeição a todo poder terreno.
Com efeito, o segundo
anúncio deu-se após a Transfiguração de Jesus no monte Tabor, momento de glória
e de intimidade com o Pai. “Lá diante deles, escreve S. Cirilo de Alexandria, Jesus
se transfigurou, seu rosto resplandeceu como o sol. Mostrando-lhes a glória com
a qual, no tempo devido, ele ressuscitaria dos mortos, prepara-os para que a
hora da cruz e de sua morte não fosse ocasião de escândalo”. Mesmo assim, os
Apóstolos não deixam de estranhar suas palavras, pois não tinham entendido bem a
razão do seu sofrimento e que papel eles iriam desempenhar em tal
acontecimento. A compreensão deles não foi imediata. Só mais tarde, graças ao
Espírito Santo, eles irão compreender que foi justamente com a sua morte que o
Filho de Deus se uniu profundamente a nós, identificando-se conosco na solidão
da cruz e da morte. Então seus olhos interiores, maravilhados, irão reconhecer
que o Deus eterno e imortal uniu-se com a imagem pecadora e mortal, para
conduzi-la, pela ressurreição de Jesus, à sua restauração gloriosa.
Ao chegarem a
Cafarnaum, eles são abordados pelos coletores dos impostos para a manutenção do
Templo e do seu culto, que perguntam a Pedro: “O vosso mestre não paga o
imposto?” O modo cauteloso com que perguntam é devido ao fato de os sacerdotes
serem dispensados do pagamento. E eles conheciam a fama do seu concidadão. Após
observar que os filhos do rei estão isentos, numa clara alusão ao fato de ser
Ele o Filho de Deus, Jesus diz a Pedro para efetuar o pagamento, a fim de que eles
não se escandalizassem ou alegassem estar Ele utilizando proventos da bolsa
comum. Obedecendo-o, Pedro vai ao lago e encontra, na boca do peixe por ele
pescado, a importância necessária para o pagamento.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, o.f.m.
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