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Mostrando postagens de novembro, 2014

Reflexão dos Evangelhos - Lc 21, 34-36 e Mc 13, 33-37 - Vigiar para não ser surpreendido

Reflexão dos Evangelhos Lc 21, 34-36 e Mc 13, 33-37 - Vigiar para não ser surpreendido Sábado 29 de Novembro e Domingo 30 de Novembro (Advento – Período de preparação para o Natal) Deus oferece o maior e mais belo tesouro, seu Reino de paz, de alegria e de justiça. Podemos perdê-lo, se não formos vigilantes. Após citar os dias que precederam ao dilúvio, o Evangelista lembra que o Reino de Deus virá como um raio que “lampeja no Oriente e ilumina até o Ocidente”. Assim será o dia da vinda do Filho do homem. Orígenes, grande escritor do século III, exorta “a vigiar, à tarde, isto é, na juventude, à meia noite, na idade média, ao canto do galo, no tempo da velhice ou de madrugada, quando a velhice está já avançada”. Continua ele – “Virá o Senhor ao que não deu sono aos seus olhos, nem descanso às suas pálpebras, e guardou o mandamento daquele que disse: Vigiai em todo tempo”. Ocorrerá, então, a parusia, a volta de Jesus, em sua glória no tempo do Fim. Os que se prepararam, na ob

Reflexão do Evangelho - Lc 21, 29-33 – Parábola da figueira - Sexta-feira 28 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 21, 29-33 – Parábola da figueira Sexta-feira 28 de Novembro        Jesus acabara de falar do fim do mundo. Após alguns instantes de silêncio, os Apóstolos lhe perguntam: “Quando será isso, Mestre?” Para que estivessem preparados e prontos para a sua vinda gloriosa, Ele lhes conta então diversas parábolas, dentre as quais a de uma figueira, fonte importante de alimento para os judeus. No seu florescer, ela anuncia que o inverno passou e se aproxima o verão, época em que se recolhem os frutos para guardá-los. A presença de Jesus, sua palavra e seu agir de salvação, assinala a vinda do Reino de Deus, ocasião em que eles, como a figueira verdejante, apresentam seus frutos de amor e de misericórdia.          Mas mesmo os pecadores, diz S. Ambrósio, “cobertos de folhas de figo, como de uma veste enganadora para esconder a sua consciência”, não devem perder o ânimo. A própria parábola transmite uma mensagem esperançosa: o agricultor dá a garantia de que a f

Reflexão do Evangelho - Lc 21, 20-28 - Jerusalém cercada, a desolação. - Quinta-feira 27 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 21, 20-28 - Jerusalém cercada, a desolação. Quinta-feira 27 de Novembro         Diante de Jesus, estende-se a cidade de Jerusalém. Um raio de sol, último reflexo do crepúsculo, beijava o pináculo do Templo. O olhar pensativo de Jesus desperta temores no coração apertado dos Apóstolos. Talvez naquele instante, uma guarnição da guarda de Pilatos dirigia-se para os arredores do Templo, a fim de proteger os peregrinos que chegavam para as festas. Suas palavras então provocam mil temores nos Apóstolos: “Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei que está próxima a sua desolação”. Ele prediz a destruição de Jerusalém e lembra que o homem e o mundo, povos e nações, tudo é corruptível. Aliás, o termo desolação, em grego “erémwsis”, sugere um lugar deserto, em que as pessoas se sentem abandonadas. Em seu sentido religioso, a palavra exprime o esquecimento da Aliança com Deus e indica ausência ou falta de afeição às realidades divinas. Já o profeta Dani

Reflexão do Evangelho - Lc 21, 5-19 - A ruína de Jerusalém e o fim dos tempos - Terça-feira 25 de Novembro e Quarta-feira 26 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 21, 5-19 - A ruína de Jerusalém e o fim dos tempos Terça-feira 25 de Novembro e Quarta-feira 26 de Novembro               Nos três Evangelhos Sinóticos, Mateus, Marcos e Lucas, os sinais precursores do fim do mundo são idênticos, pois, como observa S. Agostinho, “todos os três referem-se à resposta dada pelo Senhor aos discípulos que lhe perguntavam quando aconteceria a destruição do Templo por Ele predita e qual seria o sinal da sua segunda vinda, o fim do mundo”. As palavras de Jesus induzem a pensar em um longo tempo que precede à sua vinda gloriosa, e indicam que os sinais se sucederão ao longo da vida cristã ou, na expressão do santo de Hipona, “eles não cessarão de vir até o fim do mundo”. O mesmo vale para a vinda gloriosa do Senhor. O encontro com Ele não se dará apenas no final dos tempos. Estende-se por toda a vida do cristão, num processo contínuo de assimilação, que não implica eliminação do humano, mas sim sua perfeição. Santidade é plen

Reflexão do Evangelho - Lc 21, 1-4 - O óbolo da viúva - Segunda-feira 24 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 21, 1-4 - O óbolo da viúva Segunda-feira 24 de Novembro        Certa feita, Jesus encontrava-se na praça interna do Templo, chamada “pátio das mulheres”, onde estava o cofre para a coleta das ofertas. Ele tinha acabado de denunciar os escribas e fariseus, que pagavam o dízimo até da hortelã, mas que desprezavam o essencial, a salvação da alma. Muita gente se aproximava do tesouro e jogava mancheias de dinheiro, como aquele rico homem, talvez um dos que Ele acabava de denunciar. Sua atenção, no entanto, foi atraída por uma pobre viúva, maltrapilha, que depositou no cofre dois óbolos. O óbolo (lepton) era a moeda de menor valor. O Mestre chamou os discípulos e lhes disse: “De fato, eu vos digo que esta pobre viúva lançou mais do que todos”. Deu a Deus do pouco que tinha para viver.           Decisivo é só Deus. Eis a verdadeira piedade: a entrega total e confiante de sua vida a Deus. Embora pudesse reservar algo para si, ela se coloca integralmente nas

Reflexão do Evangelho - Mt 25, 31-46 O último julgamento - Domingo 23 de Novembro

Reflexão do Evangelho Mt 25, 31-46 O último julgamento Domingo 23 de Novembro                     Com voz branda e serena, Jesus descreve o último julgamento. Suas palavras transmitem confiança e esperança. O fim dos tempos não será dissolução aterradora do mundo atual, nem será causa de medo e de temor. S. João Crisóstomo comenta: “Assim como o Senhor disse a Tomé: ‘coloque aqui teu dedo’, nessa ocasião de sua vinda gloriosa, Ele mostrará suas chagas e sua cruz, e todos hão de reconhecê-lo como aquele que foi crucificado. Sinal salutar, grande, esplendoroso da benevolência divina”. Haverá, sem dúvida, necessidade de uma preparação adequada para esse encontro decisivo com o Senhor, descrito como cumprimento misericordioso e eterno do desígnio divino de salvação. Momento triunfal do retorno do Filho de Deus, que veio para salvar-nos e não para nos condenar. O temor e a incerteza dissipam-se, e nós contemplamos nele a realização das promessas de salvação.         Ansiosos, os

Reflexão do Evangelho - Lc 20, 27-40 - Ressurreição dos mortos - Sábado 22 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 20, 27-40 - Ressurreição dos mortos Sábado 22 de Novembro        Pelo fato de impedir a realização temporal do seu projeto de futuro, a possibilidade da morte causa angústia e sofrimento ao ser humano. Mas sua consciência não se limita à realidade física, nem é absorvida por ela. A consciência a ultrapassa e projeta na dimensão futura seu desejo de unidade e de comunhão. O que lhe permite compreender-se como vida em comunhão e como comunhão de vida, perpetuada no amor e na misericórdia de um Deus, que, nas palavras de Jesus, “não é um Deus de mortos, mas sim de vivos; todos, com efeito, vivem para Ele”. Então, o homem do deserto sacia sua sede na inesgotável fonte de água viva.  Mas lá estavam, ouvindo Jesus, os saduceus, que não admitiam nada além do que seus olhos podiam constatar. Procurando mostrar que a ressurreição dos mortos resulta inútil e mesmo impossível, eles recordam o Pentateuco, segundo o qual, “se um homem morre sem filhos, seu irmão

Reflexão do Evangelho - Mt 12,46-50 - Os verdadeiros parentes de Jesus - Sexta-feira 21 de Novembro

Reflexão do Evangelho Mt 12,46-50 - Os verdadeiros parentes de Jesus Sexta-feira 21 de Novembro        A multidão é grande. A mãe de Jesus e seus parentes estão fora e desejam vê-lo. Os discípulos notam a presença deles e avisam o Mestre, que, sem desprezá-los, aproveita a ocasião para salientar o essencial de sua missão: o cumprimento da vontade do Pai. Jesus dá grande valor à família espiritual, núcleo de uma família mais extensa e numerosa, que se reúne ao seu redor. Voltando-se então para seus discípulos, com voz mais forte, fala-lhes da pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Aliás, fé manifestada por Maria, no início de sua vida pública, na pequena cidade de Caná, durante uma festa de casamento. Nessa feita, após notar o constrangimento dos organizadores da festa por causa da falta de vinho, revelando serena confiança em seu Filho, ela diz aos serventes: “façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do n

Reflexão do Evangelho - Lc 19, 41-44 – Lamentação sobre Jerusalém - Quinta-feira 20 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 19, 41-44 – Lamentação sobre Jerusalém Quinta-feira – 20 de Novembro               Aos olhos de Jesus, descortina-se a cidade de Jerusalém, a cidade da paz. Contemplando-a, Ele chora sobre o cenário do seu povo, convertido em “campo de ruínas”: “Jerusalém, se também tu reconhecesses hoje aquele que conduz à paz!” Pasmos, os discípulos veem lágrimas em seus olhos. Ele chorava sobre Jerusalém, preferia lamentar-se impotente a não respeitar a livre decisão do homem. Último convite à salvação. É o dia messiânico em que Deus visita misericordiosamente a sua cidade, e quer acolher o seu povo. Mas a escolha já tinha sido feita, Ele é rejeitado e não reconhecido pelas autoridades do seu tempo. De seus lábios brota uma advertência, não a primeira, nem a última. E ele a faz não na rudeza de um juiz, decretando um castigo, mas no desejo de comunicar sua imensa compaixão por não poder evitar a catástrofe, que se avizinha. Vão é o seu esforço. Sua voz, suas lágri

Reflexão do Evangelho - Lc 19, 11-28 - Parábola dos talentos - Quarta-feira 19 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 19, 11-28 - Parábola dos talentos Quarta-feira 19 de Novembro                   Jerusalém está bem próxima. Avizinha-se o fim e Jesus já antevê a cruz como serviço supremo a ser realizado em benefício de toda a humanidade. Nessa situação, compreende-se o fato de os discípulos pensarem que o Reino de Deus ia se manifestar imediatamente. A exigência de estar preparado para aquele momento não leva à utopia de se sentir livre das responsabilidades da vida presente. Muito pelo contrário. Ela postula, justamente, a necessidade de assumir os trabalhos de cada dia. Por isso, Jesus arrefece o entusiasmo dos discípulos pela vinda imediata do Reino, contando-lhes a parábola dos talentos.            Um homem, de nobre origem, viaja para longe e distribui a dez de seus servos, uma quantidade de bens materiais ou, no dizer bíblico, alguns talentos, que eles deverão restituir com lucro. Ao contar esta parábola, Jesus transmite, antes de tudo, a confiança depositada

Reflexão do Evangelho- Lc 19, 1-10 - O chamado de Zaqueu - Terça-feira 18 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 19, 1-10 - O chamado de Zaqueu Terça-feira 18 de Novembro                Jesus entra na cidade de Jericó. Uma multidão acotovela-se e se comprime ao seu redor. Um homem, chamado Zaqueu, de pequena estatura, deseja vê-lo. Publicano, recolhedor de impostos, ele não era benquisto pela população, que o via a serviço dos dominadores romanos. Ninguém lhe cede lugar. Então, ele corre à frente e, com persistência, tenacidade e muita decisão, sobe numa árvore junto ao caminho, gesto interpretado como um ato deliberado e livre que o situa acima das amarras da riqueza e dos bens materiais. S. Cirilo de Alexandria comenta: “Não há outro modo de ver Jesus a não ser subindo no sicômoro”. Ao longo do Evangelho, S. Lucas testemunha o apelo dirigido por Jesus a todos, homens e mulheres, pobres e ricos. Agora, levantando os olhos, Ele vê aquele pequeno homem muito rico, pendurado entre os galhos do sicômoro, e diz-lhe: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje devo hospeda

Reflexão do Evangelho - Lc 18, 35-43 - Cura do cego de Jericó - Segunda-feira 17 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 18, 35-43 - Cura do cego de Jericó Segunda-feira 17 de Novembro               Seguidos por uma multidão, Jesus e os Apóstolos aproximam-se de Jericó. Sentado à beira do caminho, um cego chamado Bartimeu pedia esmola. “Ao ouvir que era Jesus, o Nazareno, que passava, começou a gritar: Filho de Davi, Jesus, tem compaixão de mim!” Os peregrinos, que caminhavam rumo a Jerusalém, sentem-se perturbados. Embora ameaçado, o cego percebe que o momento é aquele, momento da graça divina. Por isso, persiste e, deixando a sua veste, “deu um pulo e foi até Jesus”. Segundo S. Beda, esse fato “simboliza a Igreja primitiva dos gentios, os quais, almejando a luz de Cristo, seguem os ensinamentos do Evangelho desnudos, isto é, despidos dos poderes do mundo, o que os torna merecedores da posse do tesouro eterno no céu”.         O grito confiante do cego atrai a atenção de Jesus. Ele não passa ao largo, mas detém-se e pergunta-lhe: “O que queres que eu te faça?”. Trêmulo

Reflexão do Evangelho - Mt 25, 14-30 - Parábola dos talentos - Domingo 16 de Novembro

Reflexão do Evangelho Mt 25, 14-30 -  Parábola dos talentos Domingo 16 de Novembro                   Jerusalém está bem próxima. Avizinha-se o fim e Jesus já antevê a cruz como serviço supremo a ser realizado em benefício de toda a humanidade. Nessa situação, compreende-se o fato de os discípulos pensarem que o Reino de Deus ia se manifestar imediatamente. A exigência de estar preparado para aquele momento não leva à utopia de se sentir livre das responsabilidades da vida presente. Muito pelo contrário. Ela postula, justamente, a necessidade de assumir os trabalhos de cada dia. Por isso, Jesus arrefece o entusiasmo dos discípulos pela vinda imediata do Reino, contando-lhes a parábola dos talentos.            Um homem, de nobre origem, viaja para longe e distribui a dez de seus servos, uma quantidade de bens materiais ou, no dizer bíblico, alguns talentos, que eles deverão restituir com lucro. Ao contar esta parábola, Jesus transmite, antes de tudo, a confiança depositada pel

Reflexão do Evangelho - Lc 18, 1-8 - O juiz iníquo e a viúva importuna - Sábado 15 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 18, 1-8 - O juiz iníquo e a viúva importuna Sábado 15 de Novembro        Após a parábola do amigo importuno, Jesus conta aos apóstolos outra parábola, a do juiz iníquo, ao qual uma pobre viúva recorre, clamando por justiça. O juiz mostra-se indiferente, surdo a Deus e aos homens. Mas farto de ser importunado pela viúva, que “lhe causava fastio”, ele finalmente a atende. Com muito maior razão, pergunta Jesus, “não faria Deus justiça a seus eleitos que clamam a Ele dia e noite, mesmo que os faça esperar?” O Pai não deixa de atender às súplicas de seus filhos.        Para despertar nos discípulos a perseverança na oração, sugerida desde à introdução da parábola, Jesus descreve os insistentes rogos da viúva, incentivando-os a proceder do mesmo modo. Ainda que retarde, a prece deles será certamente acolhida pelo divino Juiz, o Justo por excelência. Talvez no presente momento, eles tenham de suportar a iniquidade, o crime e o pecado, porém, o Senhor não os

Reflexão do Evangelho - Lc 17, 26-37 – O dia do Filho do Homem - Sexta-feira 14 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 17, 26-37 – O dia do Filho do Homem Sexta-feira 14 de Novembro        No seu infinito amor, Jesus vem a nós, revela-nos a face humana de Deus e, em sua vitória sobre o pecado e a morte, antecipa a nossa vitória no fim dos tempos. Compartilharemos a sua glória e a felicidade eterna. O dia do Filho do Homem será então o dia da instauração definitiva do seu Reino de amor e de misericórdia. O retorno do Senhor na glória é certo, mas nada se fala de quando isso se dará, é desconhecido: “como no dia de Noé”, ele será rápido e inesperado. O fim dos tempos também não é observável, não está aqui nem ali. “O patrão virá no dia em que o servo não o espera”, insiste S. Mateus. No entanto, para consolá-los da nostalgia dos “dias” em que não mais estaria visivelmente presente, Jesus fala da vinda do Espírito Santo e de sua presença interiorizada no meio deles.          Nesse período, eles estarão atentos e vigilantes, e a comunidade cristã estará preparada para o

Reflexão do Evangelho - Lc 17, 20-25 - A vinda do Reino de Deus - Quinta-feira 13 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 17, 20-25 - A vinda do Reino de Deus Quinta-feira 13 de Novembro               Ao dizer que o Reino de Deus está próximo, Jesus provoca a curiosidade dos fariseus. Um deles, perplexo, lhe pergunta: “Quando ele virá”? Alimentada pela esperança de uma manifestação divina decisiva, a expectativa deles é grande. No entanto, diante dos ensinamentos sobre a tolerância, o amor aos inimigos e a acolhida aos pecadores, os demais ouvintes alimentavam muitas dúvidas a respeito de suas palavras. Compreendendo-os e não querendo deixá-los com ideias equivocadas, Jesus aborda a questão sob dois aspectos, o tempo e o modo como virá o Reino de Deus. Primeiramente, Ele esclarece que muitos procurarão sinais, mas em vão, pois sua segunda vinda não será precedida por sinais nitidamente constatáveis. Por isso, voltando-se para os discípulos, alerta-os de não se deixarem enganar diante dos fortes rumores existentes, que apregoavam estar o Reino “aqui ou ali”. Este não ocu

Reflexão do Evangelho - Lc 17, 11-19 - A cura dos dez leprosos - Quarta-feira 12 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 17, 11-19 - A cura dos dez leprosos Quarta-feira 12 de Novembro        Estando Jesus a caminho de Jerusalém, dez hansenianos aproximam-se dele e, surpreendentemente, dão-lhe o título de Mestre, utilizado unicamente pelos que pertenciam ao círculo dos discípulos. Diante desse fato, os Santos Padres assinalam que aqueles homens não só sofriam de um mal físico, mas também de uma enfermidade espiritual. Rejeitados, sentiam-se como “ovelhas sem pastor”. Mas antes mesmo de eles serem curados e purificados, Jesus, em sua grande ternura, os envia ao Templo para se apresentarem ao sacerdote, a fim de serem reintegrados na vida da comunidade. S. Cirilo de Alexandria observa que “eles foram dar testemunho aos sacerdotes, os guias dos judeus, sempre invejosos do seu poder. De modo maravilhoso e acima de suas esperanças, eles testemunham o fato de terem sido livres da sua desgraça e sido curados pelo querer de Cristo”. Todos são curados, porém um só retorna “glor

Reflexão do Evangelho - Lc 17, 7-10 – Servir com humildade - Terça-feira 11 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 17, 7-10 – Servir com humildade Terça-feira 11 de Novembro        No desejo de se tornarem mais fortes na fé, os Apóstolos suplicam ao Senhor: “Aumentai a nossa fé”. Mas uma exigência lhes é apresentada pelo Senhor: fustigar a arrogância, atitude altiva e desdenhosa, e ser humilde no serviço. Para incentivá-los, Jesus fala do patrão que diz ao servo, após ter trabalhado o dia todo: “Prepara-me o jantar e serve-me, até que eu tenha comido e bebido; depois, comerás, por sua vez”. O servo, simples e disponível, não alimentando qualquer pretensão, age de modo desinteressado e dá o melhor de si mesmo. Sem se pronunciar sobre a situação social do empregado, hoje revoltante aos nossos olhos, Jesus a utiliza como tema de uma parábola, que tem por objetivo descrever nossa posição em relação a Deus. Ao colocar-se a serviço de Deus há que abandonar a ideia de recompensa e de direitos adquiridos. Assim, orientados por uma atitude religiosa e espiritual, não nos

Reflexão do Evangelho - Jo 2, 13-22 - Expulsão dos vendedores do Templo - Domingo 09 de Novembro

Reflexão do Evangelho Jo 2, 13-22 - Expulsão dos vendedores do Templo Domingo 09 de Novembro         Ao entrar no Templo, Jesus expulsou os vendedores e os obrigou a abandonar o recinto da casa de Deus. Eles nem tiveram tempo de reagir, e Jesus começou a revirar as mesas dos cambistas e lançar fora os animais e soltar as pombas. O Templo é casa de oração e sinal da santidade de Deus. Particularmente, o lugar onde os judeus se reuniam: o coração do Templo nomeado “o santo”, que servia como lugar de culto e louvor divinos, e era considerado repleto da glória insuperável do Deus três vezes Santo. Para S. Ambrósio “o templo não é refúgio de mercadores, mas casa de santidade. E o próprio exercício do ministério sacerdotal não é designado, por Jesus, como um dever, ainda que sacro, mas como uma homenagem tributada a Deus, gratuitamente”. Eis que eles tinham feito do Templo, no dizer do profeta Jeremias, “uma caverna de bandidos”. O zelo pela casa do Senhor leva-o a expulsar os ven

Reflexão do Evangelho - Lc 16, 9-15 - Deus e o dinheiro - Sábado 08 de Novembro

Reflexão do Evangelho Lc 16, 9-15 - Deus e o dinheiro Sábado 08 de Novembro               Jesus não está à procura de servos, mas sim de irmãos ou de amigos que tenham por Ele um amor desinteressado. Espera porém de quem o segue uma decisão firme, livre e sincera. Nesse sentido, Jesus coloca o discípulo diante da escolha entre Deus e o dinheiro, ele deve optar por um senhor ou por outro, pois “ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não se pode servir a Deus e ao dinheiro”. Caso não se decida, ele permanecerá ansioso e dividido no seu interior. Aliás, o termo “ansioso” significa “ter duas mentes” e reflete o fato de alguém sentir-se inseguro, inquieto e indeciso. Nesse caso, o medo o assalta e, em meio a dúvidas e incertezas, ainda que queira se submeter a Deus, ele por vezes sucumbe e não deixa de alimentar o desejo de viver segundo os padrões de uma mentalidade mundana. Os contrastes se revezam e obrigam o discípulo a tomar uma decis

Reflexão do Evangelho - Lc 16, 1- 8 -Parábola do administrador infiel - Sexta-feira – 07 de novembro

Reflexão do Evangelho Lc 16, 1- 8 -Parábola do administrador infiel Sexta-feira – 07 de novembro        Jesus conta a parábola de um administrador que dirige a propriedade de um homem rico. Este é acusado de gerir mal os negócios do patrão e cometer fraudes com os seus bens. Prevendo ser despedido, ele age habilmente, tomando medidas urgentes e inadiáveis: reduz as dívidas dos credores, de modo a ter amigos, que garantam o seu futuro. Pasmos, ouvimos o patrão, que, em lugar de repreendê-lo, o felicita pela sua sagacidade. Ao dizer isso, estaria Jesus aprovando a ação fraudulenta do administrador? Ora, a parábola não diz que o administrador agiu com sabedoria, mas sim astutamente segundo a mentalidade do mundo. Na realidade, Jesus não justifica o modo de proceder do patrão, tampouco do administrador, simplesmente deseja que seus ouvintes tomem medidas radicais e urgentes, também eles, diante da novidade de sua presença e de sua mensagem. Em outras palavras, enquanto ainda é t

Reflexão do Evangelho de Lc 15, 1-10 - Parábola da ovelha perdida - Quinta-feira 06 de Novembro

Reflexão do Evangelho de Lc 15, 1-10 - Parábola da ovelha perdida Quinta-feira 06 de Novembro        Para não incorrerem em impurezas legais, os fariseus tinham estabelecido regras rigorosas sobre como se manterem distantes dos que eram tidos em conta de pecadores. Em sua rigidez, eles negavam emprestar-lhes dinheiro ou lhes pedir algo. Não lhes davam uma filha em casamento, nem os convidavam como hóspedes. Mas eis que Jesus acolhe os pecadores, frequenta suas casas e “come com eles”. Eles ficam desconcertados e escandalizados com a liberdade de Jesus, o que leva S. Cirilo de Alexandria a perguntar: “Dize-me, fariseu, por qual motivo lamentas que Cristo não se tenha negado a estar com publicanos e pecadores, mas lhes tenha proporcionado os meios de salvação?” A resposta é dada pelo próprio Jesus, através da parábola do pastor que vai à procura da ovelha desgarrada. Quando a encontra, transporta-a alegremente sobre seus ombros e desperta os demais pastores para que participem de

Reflexão do Evangelho de Lc 14, 25-33 - Renunciar ao que temos de mais caro - Quarta-feira 05 de Novembro

Reflexão do Evangelho de Lc 14, 25-33 - Renunciar ao que temos de mais caro Quarta-feira 05 de Novembro               Multidões, movidas pelo desejo de unidade e de amor, dirigem-se a Jesus. Pouco a pouco, muitos de seus ouvintes irão compreender que segui-lo significa nascer do alto para uma vida nova em Deus. Realidade esta que abarca a pessoa toda, não só o seu exterior, pois os ensinamentos do Mestre a transformam e a iluminam, colocando-a integralmente a serviço do Reino. Diz Jesus “Se alguém vem a mim e não odeia pai e mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a própria vida, não pode ser meu discípulo”.        Tais palavras não visam aplacar “a cólera” de Deus ou satisfazer a justiça divina, mas simplesmente expressar, segundo o modo de falar semítico, uma adesão total a Ele e ao Reino. Nesse sentido, São Basílio observa que “ao falar do ódio, Jesus não deseja despertar em nossos corações tramas e insídias, mas quer conduzir-nos à virtude da piedade e a rejeitar a voz do

Reflexão do Evangelho de Lc 14, 15-24 - Os convidados que recusam o banquete - Terça-feira 04 de Novembro

Reflexão do Evangelho de Lc 14, 15-24 - Os convidados que recusam o banquete Terça-feira 04 de Novembro               O Reino de Deus vai além de toda imaginação humana. Uma das mais belas imagens para descrevê-lo é o banquete, descrito como uma festa promovida por um rei em honra do seu filho. Pela resposta dada pelos convidados, deduz-se que há uma condição para participar dele: ser interiormente desapegado dos bens materiais. S. Cirilo de Alexandria comenta o fato de eles terem “desdenhado o convite, porque estavam voltados para as coisas terrenas e tinham concentrado sua mente nas vãs distrações deste mundo”. Afazeres diversos, o serviço no campo, a “mulher” os impedem de atender ao convite do rei, ainda que enviado com muita antecedência. Verdadeira afronta, pois rejeitá-lo, no último momento, era negar-lhe a devida honra.   O rei então resolve substituí-los por aqueles que perambulavam nas praças e ruas da cidade. “Que venham, diz S. Agostinho, os mendigos, já que quem c

Reflexão do Evangelho de Lc 14, 12-14 – Escolha dos convidados - Segunda-feira 03 de Novembro

Reflexão do Evangelho de Lc 14, 12-14 – Escolha dos convidados Segunda-feira 03 de Novembro Jesus censura os escribas e fariseus que por fora parecem pessoas piedosas, por dentro estão cheios de maldade e vícios. Apresentam-se como modelos do judeu observante e se arvoram em juízes de seus conterrâneos, mas só para serem vistos e admirados pelo povo. A fé, fonte de alegria e de paz no serviço de Deus, deixa de ser uma adesão íntima a Deus para se tornar um fardo pesado, que eles põem sobre os ombros dos homens, “mas eles mesmos nem com um dedo se dispõem a movê-lo”. Diferentemente, Jesus apresenta o Pai como sendo aquele que vem a nós na soberana liberdade do seu amor e espera de nós uma resposta leve e suave, entremeada de alegria, justiça, santidade e de verdadeira felicidade. Na verdade, Jesus quer despertar nos discípulos a confiança no Pai, o que implica um novo modo de se comportar: nunca se deixar guiar pela ânsia e inquietação de ocupar os primeiros lugares, como fazem