Reflexão do Evangelho - Lc 21, 5-19 - A ruína de Jerusalém e o fim dos tempos - Terça-feira 25 de Novembro e Quarta-feira 26 de Novembro
Reflexão do Evangelho
Lc 21, 5-19 - A ruína
de Jerusalém e o fim dos tempos
Terça-feira 25 de Novembro
e Quarta-feira 26 de Novembro
Nos
três Evangelhos Sinóticos, Mateus, Marcos e Lucas, os sinais precursores do fim
do mundo são idênticos, pois, como observa S. Agostinho, “todos os três referem-se
à resposta dada pelo Senhor aos discípulos que lhe perguntavam quando
aconteceria a destruição do Templo por Ele predita e qual seria o sinal da sua
segunda vinda, o fim do mundo”. As palavras de Jesus induzem a pensar em um
longo tempo que precede à sua vinda gloriosa, e indicam que os sinais se
sucederão ao longo da vida cristã ou, na expressão do santo de Hipona, “eles não
cessarão de vir até o fim do mundo”.
O mesmo vale para a
vinda gloriosa do Senhor. O encontro com Ele não se dará apenas no final dos
tempos. Estende-se por toda a vida do cristão, num processo contínuo de
assimilação, que não implica eliminação do humano, mas sim sua perfeição. Santidade
é plenitude de vida. Nesse sentido, é impensável considerar a segunda vinda do
Senhor ou o fim dos tempos como uma realidade trágica e temerosa, ela será manifestação
do supremo amor, que reúne todas as criaturas, em suas características
próprias.
Desde
agora, o discípulo participa das realidades divinas, configurando-se sempre
mais a Cristo. O fim dos tempos será seu ingresso definitivo no eterno de Deus.
Pois o transcendente e o sobrenatural não lhe são estranhos, presentes nele constituem
o coração de sua vida, o que lhe permite reencontrar Deus nos traços de sua
face, de sua consciência e do seu coração. A propósito, diz S. Agostinho:
“Recriados por Ele, e aperfeiçoados por uma graça mais abundante, veremos,
naquele repouso eterno, que Ele é Deus, que nos plenifica, pois será tudo em
todos”. Teilhard de Chardin diz por sua vez: “Como um raio, como um incêndio,
como um dilúvio, a atração do Filho do homem agarrará, para reuni-los ou para
submetê-los ao seu corpo, todos os elementos que gravitam no universo”.
Embora não seja possível
prever o fim dos tempos, uma certeza se nos impõe: Cristo é o fundamento e o
sentido do homem e do mundo. Se assim não fosse, tudo terminaria no vazio,
envolto na noite silenciosa da destruição. Porém, para nosso gáudio, ouviremos naquele
dia a voz tranquila e amorosa do Senhor, chamando-nos à plenitude do amor: é a
vinda gloriosa do Filho do homem, presença da infinita misericórdia de Deus. Momento
não de temor, mas tempo privilegiado de união com Deus. Deus “tudo em todos”,
“todo em tudo”.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, o.f.m.
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