Reflexão do Evangelho de Lc 14, 12-14 – Escolha dos convidados - Segunda-feira 03 de Novembro
Reflexão do Evangelho de Lc
14, 12-14 – Escolha dos convidados
Segunda-feira 03 de Novembro
Jesus censura os
escribas e fariseus que por fora parecem pessoas piedosas, por dentro estão
cheios de maldade e vícios. Apresentam-se como modelos do judeu observante e se
arvoram em juízes de seus conterrâneos, mas só para serem vistos e admirados
pelo povo. A fé, fonte de alegria e de paz no serviço de Deus, deixa de ser uma
adesão íntima a Deus para se tornar um fardo pesado, que eles põem sobre os
ombros dos homens, “mas eles mesmos nem com um dedo se dispõem a movê-lo”. Diferentemente,
Jesus apresenta o Pai como sendo aquele que vem a nós na soberana liberdade do
seu amor e espera de nós uma resposta leve e suave, entremeada de alegria,
justiça, santidade e de verdadeira felicidade.
Na verdade, Jesus
quer despertar nos discípulos a confiança no Pai, o que implica um novo modo de
se comportar: nunca se deixar guiar pela ânsia e inquietação de ocupar os
primeiros lugares, como fazem os convidados daquela ceia. Estes se recostam à
mesa e procuram ocupar os lugares de destaque, designados segundo a dignidade e
o prestígio de cada um. Jesus recorda a norma de prudência: “Não te coloques no
primeiro lugar; não aconteça que alguém, mais digno do que tu tenha sido
convidado, e quem convidou a ti e a ele venha a te dizer: ‘Cede-lhe o lugar’”.
Mas para além da conduta à mesa, Ele aponta
para algo mais fundamental: a atitude despretensiosa do discípulo, que convida
não simplesmente os que lhe podem retribuir. “Pelo contrário, quando deres uma
festa, diz o Senhor, chama pobres, estropiados,
coxos, cegos”, sem esperar nada em troca. O mundo do discípulo não é o da
barganha, em que se dá para receber de volta, é o mundo do amor, em que se dá
sem esperar retribuição. Como lemos nas Bem-aventuranças, a recomendação é
válida para todos: “Fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca.
Será grande a vossa recompensa e vós sereis chamados filhos do Altíssimo”. O
discípulo do Senhor não compartilha a mesa com outros para se assegurar de uma
retribuição ou obrigação recíproca. Sua solicitude com os pobres e necessitados
expressa a experiência do infinito amor de Deus por ele.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.
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