Reflexão do Evangelho - Lc 17, 11-19 - A cura dos dez leprosos - Quarta-feira 12 de Novembro
Reflexão do Evangelho
Lc 17, 11-19 - A cura
dos dez leprosos
Quarta-feira 12 de Novembro
Estando
Jesus a caminho de Jerusalém, dez hansenianos aproximam-se dele e,
surpreendentemente, dão-lhe o título de Mestre, utilizado unicamente pelos que
pertenciam ao círculo dos discípulos. Diante desse fato, os Santos Padres
assinalam que aqueles homens não só sofriam de um mal físico, mas também de uma
enfermidade espiritual. Rejeitados, sentiam-se como “ovelhas sem pastor”. Mas antes
mesmo de eles serem curados e purificados, Jesus, em sua grande ternura, os envia
ao Templo para se apresentarem ao sacerdote, a fim de serem reintegrados na
vida da comunidade. S. Cirilo de Alexandria observa que “eles foram dar
testemunho aos sacerdotes, os guias dos judeus, sempre invejosos do seu poder.
De modo maravilhoso e acima de suas esperanças, eles testemunham o fato de
terem sido livres da sua desgraça e sido curados pelo querer de Cristo”.
Todos são curados, porém
um só retorna “glorificando a Deus em alta voz”. E este era samaritano, um estrangeiro.
Ao chegar junto a Jesus, “lança-se aos seus pés”, em sinal de adoração,
enquanto os outros, no dizer de S. Atanásio, “pensavam muito mais na sua cura e
não em quem os tinha curado”. Justamente aquele homem, que não pertencia aos
filhos de Israel, voltou agradecido e, por isso mesmo, recebe muito mais do que
a cura, pois o Senhor lhe diz: “Levanta-te e vai; a tua fé te curou”. Com estas
palavras, Jesus designa a salvação, ou a integridade, mais do que a cura
física.
O
samaritano exprime seu reconhecimento, sua gratidão, consciente de sua pequenez
perante Deus. Para S. Atanásio, realizam-se as palavras do Apóstolo S. Paulo,
que “exortou a todos dizendo: ‘glorificai a Deus em vosso coração’ (1Cor 6,20);
e a recomendação de Isaías: ‘rendei glória a Deus’ (Is 42,12)”. Assim, por manifestar
sua fé no louvor a Deus, o Senhor lhe concede força e vida nova para percorrer
o caminho da purificação da mancha do pecado, do erro e da maldade.
Neste episódio,
revela-se o ministério misericordioso de Jesus, que propõe aos seus discípulos a
caridade, perpétua, generosa, universal. O caminho para a salvação está aberto a
todos, não só aos judeus, também aos gentios e pecadores.
Dom Fernando Antônio Figueiredo,
o.f.m.
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