Reflexão do Evangelho - Mt 25, 31-46 O último julgamento - Domingo 23 de Novembro

Reflexão do Evangelho
Mt 25, 31-46 O último julgamento
Domingo 23 de Novembro
            
       Com voz branda e serena, Jesus descreve o último julgamento. Suas palavras transmitem confiança e esperança. O fim dos tempos não será dissolução aterradora do mundo atual, nem será causa de medo e de temor. S. João Crisóstomo comenta: “Assim como o Senhor disse a Tomé: ‘coloque aqui teu dedo’, nessa ocasião de sua vinda gloriosa, Ele mostrará suas chagas e sua cruz, e todos hão de reconhecê-lo como aquele que foi crucificado. Sinal salutar, grande, esplendoroso da benevolência divina”. Haverá, sem dúvida, necessidade de uma preparação adequada para esse encontro decisivo com o Senhor, descrito como cumprimento misericordioso e eterno do desígnio divino de salvação. Momento triunfal do retorno do Filho de Deus, que veio para salvar-nos e não para nos condenar. O temor e a incerteza dissipam-se, e nós contemplamos nele a realização das promessas de salvação. 
       Ansiosos, os discípulos aguardam para logo a manifestação de Jesus em sua glória. A expectativa é grande. Porém, Ele os surpreende ao falar de um rei, apresentado como o bom pastor, que estará separando as ovelhas dos cabritos, os bons dos maus, não como acusador, mas como defensor e advogado. Os bons, que se comportam como o Samaritano, com “entranhas de misericórdia”, ocuparão os lugares que lhes foram reservados desde o início pelo Pai. Porque quando tive fome, me destes de comer, e se senti sede, me destes de beber; quando fui forasteiro, me recolhestes, e se estive nu, me vestistes; quando estive doente, me visitastes, e na prisão, viestes ver-me.  
Espantados, eles lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, sede, nu, sem casa ou doente? Mas o Senhor lhes responderá: Digo-vos uma coisa: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, fizeram-no a mim. Também aos maus, Ele conclui dizendo: Todas as vezes que recusastes ajuda a um desses pequeninos, negaram ajuda a mim. A respeito dessas palavras, S. Agostinho fala “de dois tipos de povo, como há dois modos de amar. Um é santo, outro é egoísta. Um está sujeito a Deus, outro quer se tornar igual a Ele”. Os que estão “sujeitos a Deus” praticam as obras de misericórdia, reconhecidas e exaltadas por Jesus, que as autentica quando diz terem sido feitas a Ele mesmo.
O juízo final, escondido nas brumas do futuro, torna-se desde já uma realidade em nossa vida. Nossos atos têm valor eterno, e efetivam o desígnio do amor de um Deus, que espera nossa doação de vida aos nossos semelhantes. “Senhor Jesus, sede o Mestre do nosso coração, para que sempre nos anime a mesma caridade com que nos amastes”.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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