Reflexão do Evangelho de Lc 15, 1-10 - Parábola da ovelha perdida - Quinta-feira 06 de Novembro

Reflexão do Evangelho de Lc 15, 1-10 - Parábola da ovelha perdida
Quinta-feira 06 de Novembro

       Para não incorrerem em impurezas legais, os fariseus tinham estabelecido regras rigorosas sobre como se manterem distantes dos que eram tidos em conta de pecadores. Em sua rigidez, eles negavam emprestar-lhes dinheiro ou lhes pedir algo. Não lhes davam uma filha em casamento, nem os convidavam como hóspedes. Mas eis que Jesus acolhe os pecadores, frequenta suas casas e “come com eles”. Eles ficam desconcertados e escandalizados com a liberdade de Jesus, o que leva S. Cirilo de Alexandria a perguntar: “Dize-me, fariseu, por qual motivo lamentas que Cristo não se tenha negado a estar com publicanos e pecadores, mas lhes tenha proporcionado os meios de salvação?” A resposta é dada pelo próprio Jesus, através da parábola do pastor que vai à procura da ovelha desgarrada. Quando a encontra, transporta-a alegremente sobre seus ombros e desperta os demais pastores para que participem de sua alegria.
Na parábola, os verbos “buscar-encontrar” expressam, antes de tudo, a iniciativa do Pastor e o seu cuidado para com todas as ovelhas. Observa S. Máximo: “Ele não se esquece, nem mesmo da mais insignificante, pois Ele se recorda de todas”. S. Ambrósio, num lampejo brilhante de visão espiritual, observa que “os ombros de Cristo, sobre os quais ele coloca a ovelha perdida, são os braços da Cruz, que abraçam a todos, uma vez que Ele veio salvar, justamente, quem estava perdido”. Impõe-se um princípio: jamais deixar de acolher qualquer uma das ovelhas, visto que cada uma é objeto do terno carinho do Pastor, que conhece e chama cada uma delas “por seu nome” próprio, insubstituível. A dor e a ansiedade, sentidas pelo pastor pela perda de uma só delas, transformam-se em alegria e festa ao encontrá-la.
Suas palavras traduzem amor e cuidado pelas ovelhas, consideradas quase como membros da própria família. Dos lábios de Jesus, as palavras refletem ternura e misericórdia, quando proclama ter vindo não para condenar, mas sim para salvar os pecadores, jamais rejeitados. Ele vela por todos os pecadores, e se assenta com eles à mesa, sugerindo aos fariseus uma guinada espiritual total. Exclama S. Efrém: “Espetáculo admirável: os anjos temem, por causa de sua grandeza, e os pecadores comem e bebem com Ele”.
Ainda hoje, segundo S. Basílio, Jesus nos leva a refletir: “O bom Pastor vai ao teu encontro e se tu te dás a ele, ele não hesitará e não desdenhará na sua bondade em te colocar sobre seus ombros, alegrando-se por ter encontrado a ovelha que estava perdida. E se alguém protesta que tu foste acolhida imediatamente, o próprio Pai falará em tua defesa dizendo: É necessário festejar e alegrar-se, porque esta minha filha estava morta e agora retornou à vida, estava perdida e foi reencontrada”. 


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 51-56 - Jesus não é acolhido pelos samaritanos - Terça-feira 30 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Jo 7,37-39 - Promessa da água viva - Sábado 07 de Junho

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 5-13 – A oração perseverante (amigo importuno) - Quinta-feira 09 de Outubro