Reflexão do Evangelho - Lc 19, 41-44 – Lamentação sobre Jerusalém - Quinta-feira 20 de Novembro
Reflexão do Evangelho
Lc 19, 41-44 – Lamentação
sobre Jerusalém
Quinta-feira – 20 de Novembro
Aos
olhos de Jesus, descortina-se a cidade de Jerusalém, a cidade da paz. Contemplando-a,
Ele chora sobre o cenário do seu povo, convertido em “campo de ruínas”: “Jerusalém,
se também tu reconhecesses hoje aquele que conduz à paz!” Pasmos, os discípulos
veem lágrimas em seus olhos. Ele chorava sobre Jerusalém, preferia lamentar-se
impotente a não respeitar a livre decisão do homem. Último convite à salvação.
É o dia messiânico em que Deus visita misericordiosamente a sua cidade, e quer
acolher o seu povo. Mas a escolha já tinha sido feita, Ele é rejeitado e não
reconhecido pelas autoridades do seu tempo.
De seus lábios
brota uma advertência, não a primeira, nem a última. E ele a faz não na rudeza
de um juiz, decretando um castigo, mas no desejo de comunicar sua imensa
compaixão por não poder evitar a catástrofe, que se avizinha. Vão é o seu
esforço. Sua voz, suas lágrimas, nada penetra o coração de seus ouvintes,
indiferentes ao anúncio profético dos males que haveriam de vir. S. Gregório
Magno declara: “Que o Senhor tenha chorado sobre esta ruína de Jerusalém que
terá lugar sob Vespasiano e Tito, todo o mundo o reconhece. Mas por que foi esse
desastre infligido a Jerusalém? O Evangelho prossegue: ‘porque tu não
conheceste o tempo de tua visita’. O Criador dos homens, com efeito, se dignou
pelo mistério de sua Encarnação visitar Jerusalém. Ela ficou insensível às suas
palavras e permaneceu indiferente à sua missão. Não chegou a temê-lo, também
não o amou. Reprovando esta indiferença, Ele, de modo profético, recorre aos
pássaros do céu: ‘A rola, a pomba e a cegonha observaram o tempo de sua
migração; mas meu povo não conheceu o julgamento do Senhor’”.
Nossa
alma exclama: Ó Jerusalém, verdadeiramente hoje é o teu dia, dia da salvação
messiânica, tão esperada por ti! O cego em Jericó e o publicano Zaqueu o
reconheceram, mas tu negas reconhecê-lo. As lágrimas do Messias orvalham tua
terra, mas tu não deixas germinar a oliveira verdejante da paz, tu que és
chamada “Cidade da paz”.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, o.f.m.
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