Reflexão do Evangelho - Lc 18, 1-8 - O juiz iníquo e a viúva importuna - Sábado 15 de Novembro
Reflexão do Evangelho
Lc 18, 1-8 - O juiz
iníquo e a viúva importuna
Sábado 15 de Novembro
Após a parábola do
amigo importuno, Jesus conta aos apóstolos outra parábola, a do juiz iníquo, ao
qual uma pobre viúva recorre, clamando por justiça. O juiz mostra-se
indiferente, surdo a Deus e aos homens. Mas farto de ser importunado pela
viúva, que “lhe causava fastio”, ele finalmente a atende. Com muito maior
razão, pergunta Jesus, “não faria Deus justiça a seus eleitos que clamam a Ele
dia e noite, mesmo que os faça esperar?” O Pai não deixa de atender às súplicas
de seus filhos.
Para
despertar nos discípulos a perseverança na oração, sugerida desde à introdução
da parábola, Jesus descreve os insistentes rogos da viúva, incentivando-os a
proceder do mesmo modo. Ainda que retarde, a prece deles será certamente acolhida
pelo divino Juiz, o Justo por excelência. Talvez no presente momento, eles tenham
de suportar a iniquidade, o crime e o pecado, porém, o Senhor não os abandona e
virá em socorro deles. A paciência do Pai reflete a longanimidade
misericordiosa do seu coração, que concede aos pecadores o tempo necessário para
se arrepender e assim o número dos eleitos possa ser sempre maior.
Nesse sentido, exclama
São Cirilo de Alexandria: “O contínuo apresentar-se da viúva oprimida
conquistou o juiz iníquo que não temia a Deus e, contra a sua vontade, concede-lhe
o que ela pedia. Como poderá aquele que ama a misericórdia e odeia a
iniqüidade, que sempre estende sua mão salvadora aos que o amam, não acolher os
que se achegam a Ele dia e noite?” De fato, escreve S. Agostinho, “o Senhor
quis que da atitude do juiz iníquo se deduzisse o modo como Deus, bom e justo,
trata com amor os que recorrem a Ele pela oração”.
Nossa confiança em Deus cresce e se solidifica quando reconhecemos que
na pessoa do Filho Jesus, o Cordeiro que tira o pecado do mundo, Ele já veio até
nós para nos socorrer e nos salvar. E mais ainda. Não estamos sós. Em nós e por
nós ora o próprio Jesus, pois escreve Orígenes: “O Filho de Deus é o sumo
sacerdote das nossas súplicas e nosso defensor junto ao Pai”. Nele, os
movimentos do nosso coração tornam-se uma única e ininterrupta prece, que se
irradia e se manifesta na acolhida fraterna de todos. Realiza-se o desejo do
Mestre: “Que todos sejam um, como nós, ó Pai, somos um, eu em ti e tu em mim, a
fim de que sejam perfeitos na unidade” (cf. Jo 17, 22-23).
Dom Fernando Antônio Figueiredo,
o.f.m.
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