Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 31 de agosto
Reflexão do Evangelho
de Segunda-feira 31 de agosto
Lc 4, 16-30 - Jesus em
Nazaré
Jesus
encontra-se na sinagoga de sua cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às
suas palavras, pois muitos tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos
e dos milagres realizados por Ele. Perscrutando seus corações e percebendo a incredulidade
enraizada em seus ouvintes, no desejo de tocá-los e levá-los à conversão, Jesus
lhes diz que nenhum profeta é ouvido em sua própria terra, nem é reconhecido
pelos seus parentes. Palavras duras e enérgicas. Para espanto deles, Ele acrescenta
que os gentios demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de Israel, e exemplifica:
Elias foi enviado a uma viúva, em Sarepta, na região da Sidônia, enquanto
tantas outras viviam em Israel e, no tempo do profeta Eliseu, “havia muitos
leprosos em Israel, todavia, nenhum deles foi curado, a não ser o sírio Naamã”.
Suas palavras despertam
a indignação dos seus conterrâneos, que julgavam os gentios, isto é, os
estrangeiros como pessoas distantes de Deus e, por conseguinte, excluídas da
Aliança divina. Imediatamente, um murmúrio de protesto se espalhou pelos que
estavam na sinagoga, que, enfurecidos, se ergueram contra Ele. Jesus, porém, não
se intimida. Declara-os cegos diante da misericórdia de Deus e do seu plano
redentor para todas as nações, segundo a profecia que eles tinham acabado de ouvir.
Orígenes lembra que, “com Jesus, a salvação tinha irrompido no mundo, pois, através
do seu ministério, iniciara-se o ano da graça e do perdão do Senhor”.
Ao rejeitá-lo, a população leva-o a não
realizar milagres, “a não ser algumas curas de enfermos”. Sem dúvida, aquele
que amava todos os homens não podia deixar de amar os seus concidadãos, “mas são
eles mesmos, diz S. Ambrósio, que se comportando daquele modo, renunciaram o
amor à pátria”. Embora, por vezes, bastasse uma pequena centelha de fé para a
realização de um milagre, Jesus nunca deixava de exigir, dos que eram curados,
uma mudança interior radical. A cena está bem clara: o fato de não ser acolhido
em Nazaré, sua terra, escreve S. Cirilo de Alexandria, “leva Jesus a se
reportar aos pagãos, que o acolheriam e seriam curados de sua lepra”. Ele é a graça
misericordiosa de Deus; Ele é a salvação para a humanidade toda inteira. Nele,
reconciliados com o Pai, fundamento da plena fraternidade entre os homens,
podemos exercer nossa liberdade, a verdadeira, aquela pela qual participamos da
liberdade divina, a liberdade de não poder pecar.
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