Reflexão do Evangelho de Sábado 15 de agosto

Reflexão do Evangelho de Sábado 15 de agosto
Mt 19, 13-15 - Jesus e as crianças

Trazidas por suas mães, as crianças rodeiam Jesus, “para que Ele lhes impusesse as mãos e fizesse uma oração”. Os Apóstolos, desejando poupar o Senhor, as afastam. No entanto, Jesus, com uma expressão amiga nos olhos bondosos, os repreende dizendo: “Deixai as crianças e não as impeçais de virem a mim”. O fato de Ele impor as mãos e orar sobre elas é sinal de seu carinho e amor, que atrai a proteção e a graça da cura para os doentes, no caso da hemorroíssa e do surdo-mudo, e as bênçãos sobre as crianças. Também, em nossos dias, é forte a necessidade de tocar, de sentir a presença da graça e de receber uma bênção pela imposição das mãos. Imagem da confiança que o ser humano tem diante da bondade de Deus.
        Jesus, oferecendo seus braços às crianças, conclui: “delas é o Reino dos Céus”. Admirados, os Apóstolos começam a mudar o modo de ver a própria vida. E isso, não somente pela pregação, mas pelo exemplo; pelos gestos e atitudes do Mestre. A cena os leva a sair de uma visão estreita e egoísta de viver e a ver a si mesmos dentro de uma vida simples e despretensiosa. S. Epifânio observa: “As crianças ignoram a maldade, pois não sabem pagar o mal com o mal. Não sabem como prejudicar alguém”. Apolinário de Laodiceia considera por sua vez que “o que a criança tem por natureza, Deus deseja que tenhamos por escolha: confiança, simplicidade, não guardando rancor em face aos erros alheios, tendo amor pelos pais, ainda que castigados por eles”. Não só Jesus ama as crianças, mas Ele recomenda aos discípulos que se assemelhem a elas, que afastem a frieza e a indiferença de seus corações, e cultivem o “espírito de criança”, respondendo o amor do Pai com amor, pois amar a Deus não é um dever, é gratidão por se sentir amado por Ele. 

        Aninhadas nos braços do Senhor, as crianças nos ensinam a confiança singela e a docilidade, que constituem força de ressurreição e de vida nova. Nossa natureza criada é assim suavemente transfigurada. Abençoados pelo Senhor, deixamos de ser estranhos ao Pai e, como filhos e herdeiros das riquezas do céu, anunciamos a Boa-Nova do Evangelho, alargando a esperança nos corações dos que encontramos. Em nós, o Espírito do Filho clama Abba, Pai, Paizinho. Pensativos, “cultivamos a confiança e a humildade, e experimentamos a ternura e o amor que Deus tem para com seus filhos, acolhidos e abençoados” (S. Basílio Magno). 

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