Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 28 de agosto
Reflexão do Evangelho
de Sexta-feira 28 de agosto
Mt 25, 1-13 - Parábola
das dez virgens
O
simbolismo apocalíptico corre como um fio de luz ao longo das mensagens de
Jesus, cuja intenção é anunciar o Reino de Deus, que tanto pode ser momento de
julgamento como de salvação. No entanto, sua Palavra é sempre expressão de seu
amor misericordioso e é sinal de um ato divino, que visa indicar ao ser humano
um futuro, vivido como novo caminho em cada novo instante da vida. Assim para
compreender a parábola das dez virgens, algumas prudentes e outras não, é
preciso situá-la na ordem da confissão ou da experiência de fé, e não
estabelecer uma correlação entre o relato e o curso real dos acontecimentos.
Ela anuncia o grande e solene encontro da humanidade com
Cristo, descrito como uma festa de núpcias ou um banquete. Ninguém é excluído.
Todos são convidados a participar dele, com a condição de trazer uma lâmpada,
símbolo da vigilância ou, no dizer de S. Agostinho, “sinal das boas obras
realizadas com coração puro”. Na esfera da vida espiritual, trazer a lâmpada
acesa significa conservar a “sobriedade” (nepsis) e “o coração atento” às
realidades espirituais, prova de ter atingido o estado de integridade e de
terem sido alijados do seu coração o pecado e a dispersão interior, causas de desordem
e confusão espiritual.
S. Gregório de Nissa considera que as virgens tolas “não
tinham em suas almas a luz que é o fruto da virtude, nem no pensamento a
lâmpada do Espírito. São chamadas de insensatas, porque a virtude é alcançada e
vivida antes da chegada do Esposo”. As que possuem candeias iluminadas revelam
estar preparadas espiritualmente para participar do banquete à mesa do Senhor,
ao qual todos estão convidados. É a celebração do “retorno de Cristo”, dia de julgamento
e de purificação, em que todo segredo é manifestado e cada um reconhecerá o seu
nome, a sua identidade em Deus, segundo quem realmente ele é. Do ponto de vista
temporal, a parábola inclui um elemento de indeterminação, pois não se coloca o
tempo de sua realização; e quanto à natureza dos participantes, permanece a
incerteza das liberdades envolvidas.
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