Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 06 de agosto
Reflexão do Evangelho
de Quinta-feira 06 de agosto
Mc 9, 2-10 - Transfiguração
do Senhor
A
fonte de inspiração e a referência essencial da vida cristã é a nossa
solidariedade com Jesus, melhor, a inclusão nele de nossa humanidade
regenerada. Nossa vida, morte, dor, sofrimento estão incluídos na obra
redentora de Jesus. Sua ressureição é a vitória definitiva do primeiro de todos
os homens, é a luz que ilumina nosso futuro, mas também o momento presente, pois
na Transfiguração evidencia-se a certeza de que o homem, caído em Adão, reergue-se
em Jesus e participa, desde já, da verdadeira vida, da vida eterna.
No alto da montanha, contemplando
a face do Cristo transfigurado, os Apóstolos sentem-se inebriados, e, pasmos, desejam
perpetuar aquele momento: “Façamos três tendas, uma para ti, outra para Moisés
e outra para Elias”. Emocionados, veem Jesus
falando com Moisés, o grande legislador de Israel, e com Elias, o maior dos
profetas. Eles partilham da glória de Cristo. De fato, a humanidade de Jesus,
longe de se evaporar na glória celeste, permite que os Apóstolos contemplem a luz
eterna de sua divindade e compreendam que, em sua vitória, o ser humano é
chamado a se reerguer e é, desde já, misteriosamente vencedor. Se no Messias
humilhado e sofredor da cruz, nós éramos tocados pelo Filho do Homem, que nos
conduzia ao Reino misericordioso do Pai, agora, nós o conhecemos de um modo
diferente, transfigurado, cativante, com o fascínio irresistível daquele que
cria ao seu redor uma atmosfera de paz, de amor e de alegria.
Realidade consoladora e
reconfortante, que leva o Apóstolo Pedro a exclamar: “Rabi, é bom estarmos
aqui”. Palavras que falam de uma união mística com Deus e que, mais tarde, extasiado,
levará S. Gregório Palamas a confessar: “Se o corpo deve tomar parte, com a
alma, dos bens inefáveis no século futuro, é certo que também deles deve
participar, na medida do possível, desde já”. Na realidade, a Transfiguração de
Jesus assegura-nos que, graças à misericórdia divina, teremos também, na medida
de nossa fé e de nossas obras, de nossa esperança e de nossa caridade, um corpo
transfigurado semelhante ao corpo glorioso do Senhor. Lá, no alto do monte
Tabor, engalanado de luz, Jesus prenuncia o nosso estado glorioso no céu, onde
o brilho da alma, na comunhão com Deus, tornará nossos corpos transfigurados,
livres dos incômodos terrestres e participantes da glória de Deus. Realizam-se então
as palavras do Apóstolo: “Cristo em vós, esperança da Glória” (Col 1,27).
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