Reflexão do Evangelho - Sexta-feira, 21 de abril e sábado, 22 de abril


Jo 21, 1-14 e Mc 16, 9-15 - Aparição às margens do lago


                                   

        Após as aparições de Jesus, os Apóstolos, alegres, retornam às suas aldeias. Em Cafarnaum, muitos conhecidos ao vê-los sentiam-se desconcertados diante do modo como eles se comportavam: não se mostravam tristes nem abatidos com a morte do Mestre, mas tranquilos e jubilosos. Vendo a admiração de seus conterrâneos, os Apóstolos reconhecem a sabedoria do Senhor, que os tinha enviado para fora de Jerusalém, onde seriam testemunhas de sua Ressurreição.
Uma noite, Pedro e os filhos de Zebedeu, Tomás e Natanael, saíram para pescar no lago de Tiberíades. O sol já começava a mostrar seus primeiros raios e eles nada tinham conseguido, apesar de suas múltiplas tentativas. Mas eis que um vulto, junto à praia, lhes acena, dizendo: “Jovens, tendes algo para comer? ”. Decepcionados por nada terem pescado, respondem com um seco “não”. À medida que eles se aproximam da praia, a voz do estranho, sempre serena, torna-se mais forte e soa aos seus ouvidos como uma ordem: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”.
 Quase automaticamente, eles obedecem e a rede logo se enche de peixes. Uma emoção sincera e profunda invade seus corações, ao recordarem o que lhes tinha sucedido em outra ocasião; também lá estava alguém numa pequena barca, a rede vazia e, às suas palavras, a pesca surpreendente (Lc 5,4ss). Fixando seus olhos no vulto, envolto nas névoas matinais, João reconhece o Mestre e segreda a Pedro, com uma expressão alegre nos olhos: “É o Senhor! ”. Como sempre, impetuoso e ardoroso, Pedro atira-se ao mar para ir ao seu encontro, “pois a pesca miraculosa, no dizer de S. Agostinho, tende à terra firme do eterno, onde Cristo nos precede”. Como não estavam muito longe da praia, logo a seguir, chegaram os outros, arrastando a rede cheia de peixes.  
Ao descerem da barca, surpresos, eles veem brasas acesas e alguns peixes e pão, ao lado daquele homem, que lhes diz: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. Embora eles tentassem falar algo, nenhuma palavra saía de seus lábios; não ousavam nem mesmo perguntar-lhe: “Quem és tu? ”. Acercaram-se dele. Com um sorriso, Ele os consola, passeando por eles seus olhos de bondade e de ternura. Sentados, todos tomam a refeição, momentos de convívio e de felicidade. Aqueles rudes e bronzeados homens, futuros arautos da Boa-Nova do Evangelho, irão proclamar que quem acolhe a mensagem do divino Mestre é introduzido por Ele na ceia da amizade e do amor.


+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

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