Reflexão do Evangelho - Terça-feira, 25 de abril
Mc 16,15-20
– Ide por todo o mundo
Nesta
passagem, o Evangelista resume diferentes acontecimentos, sem dar indicações
precisas de tempo ou lugar. Após enviar os Apóstolos a todas as nações para
anunciar o Evangelho da salvação, o vencedor da morte, Jesus, “foi arrebatado
ao céu e sentou-se à direita de Deus”, donde virá no tempo da restauração de
todas as coisas. Todos os que ouvissem a sua Palavra e a acolhessem com fé,
seriam batizados e incorporados a Ele como membros de sua Igreja.
Jesus,
em sua Encarnação, assumiu nossa humanidade, sem que sua divindade fosse
diminuída e, em sua Ascensão para junto do Pai, Ele leva consigo a nossa
natureza humana, incluindo-a em sua divindade. Por conseguinte, sua Ascensão, testemunhada
pelos Apóstolos, abrange a inteira realidade do homem e da criação, pois em
Jesus temos um magnífico programa de realização, nunca ficaremos presos aos
erros e pecados, já perdoados pelo Senhor, mas estaremos sempre em busca da
experiência bem aventurada dos bens do amor de Deus, que está, eternamente, se
revelando a nós: é o itinerário do nosso retorno ao Pai, realidade sublime, que
nos torna criaturas novas e partícipes da vida incorruptível e imortal de Deus.
A
vida nesta terra é apenas um caminho, é uma passagem para a meta definitiva, a
união com Deus. Os termos “deificar-se” e “divinizar-se”, utilizados pelos
autores antigos, significam o processo de participação na intimidade da vida de
Deus, e postulam a constante superação do homem, imagem de Deus, que, segundo
Orígenes, “foi criado para acolher em si a glória de Deus”. Este é o verdadeiro
fim e destino do homem.
Na
verdade, a Ressurreição de Jesus traz esperança ao coração dos Apóstolos, que
voltam a se reagruparem, recebendo do Ressuscitado a missão de “fazer de todos
os povos seus discípulos”, o que compreende: batizá-los e ensinar-lhes a sua
mensagem. Os que a acolhem e a vivem obtêm
a remissão dos pecados e são reconciliados com o Pai, pois, comenta S. Jerônimo,
“a Jesus, foi dado todo poder, de modo que aquele que primeiro reinava no céu,
reine também na terra por meio da fé dos seus discípulos”.
Aconteça
o que acontecer, Ele estará sempre com eles, na solidariedade com os pobres, no
verdadeiro perdão, na profundidade das orações, no trabalho e nas perseguições.
Ninguém está só, tampouco excluído da comunhão eterna, pois no silêncio do seu
amor, Ele aguarda “que o mundo inteiro faça parte da vida divina e se torne tudo
o que Deus é menos a identidade de natureza”. (S. Máximo, o Confessor).
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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