Reflexão do Evangelho - Sexta-feira, 28 de abril
Jo
6,1-15 - Multiplicação dos pães (primeira)
Cansados,
os Apóstolos se reúnem com Jesus para contar-lhe o que tinham feito e ensinado.
Ele os conduz para um lugar solitário, onde pudessem meditar e refazer suas
forças, afastados da multidão. Mas esta não o abandona; segue-o, talvez movida por
curiosidade ou por gratidão pelos benefícios recebidos. Uns trazem doentes,
outros deficientes, Jesus, porém, não se sente incomodado ou perturbado. As
horas passam, o dia declina, e os discípulos cansados, não conseguindo ter
alguns momentos de intimidade com o Mestre, esperam que eles se dispersem e busquem
alimento nos pequenos vilarejos dos arredores. Chegam mesmo a dizer ao Mestre: “Despede-os
para que vão aos campos e aldeias vizinhas e comprem para si o que comer”. Mais
uma vez, Jesus se mostra humano, generoso, familiar, não distante e indiferente
às necessidades dos que o rodeiam. Olhando a multidão, “teve compaixão dela”,
era como ovelhas sem pastor, e lhes responde: “Dai-lhes vós mesmos de comer”.
A
lógica dos Apóstolos, que falam de que seriam necessárias 200 moedas de prata
para alimentá-los, difere da lógica de Jesus, que lhes diz para dar o que
tiverem. Após acomodar as mais de cinco mil pessoas na relva verde daquele
lugar, Ele toma os cinco pães de cevada e os três peixes, que lhe trazem, dá
graças e os distribui. Todos comeram e “ficaram saciados, e ainda recolheram e
encheram doze cestos cheios dos pedaços de pão e de peixes”. A abundância do
que é recolhido aponta para a reunião escatológica do Reino, comunidade de
pessoas, que se abrem à sua Palavra e ao seu amor. Seu desejo é que nenhuma se
perca.
Tudo
isto é muito sugestivo. Assim, a indicação de que o lugar “era deserto” não se
deve atribuir só à ênfase dada pelo Evangelista, mas também à evocação do povo
de Israel, em sua peregrinação pelo deserto, figura dos tempos messiânicos. Jesus
não só sacia a fome de pão ou da Palavra de Deus, mas particularmente a fome
“do pão de Deus, do pão que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo 6,33). Para a
Ceia do Messias foram convidados todos os famintos, saciados pelo Profeta, que
cuida do povo em sua peregrinação terrena. Perante esse milagre, prenúncio do
pão eucarístico, proclama S. Hipólito de Roma: “Quem come o Pão da vida jamais
verá a morte”.
+Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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