Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 26 de Dezembro


Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 26 de Dezembro

Mt 10, 17-22: Os missionários serão perseguidos

 

         Ao anunciar a perseguição a ser movida contra os discípulos pelo ódio de “todos por causa do seu nome”, ressoava ainda o alerta de Jesus, medrando receio e temor no coração dos Apóstolos: “Eis que vos envio como ovelhas entre lobos”. Porém, para animá-los e consolá-los, Jesus acrescenta a promessa da Salvação: “Sereis odiados por todos por causa do meu nome. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”. Ou ainda: “Pela vossa constância alcançareis a vossa salvação”. Ele assegura-lhes a Providência divina e lhes dá a certeza de que, em meio às provações, graças à constância, a boa semente não deixará de dar frutos.  

         No entanto, uma exigência lhes é apresentada: dar testemunho do Evangelho, mesmo em meio aos sofrimentos e perseguições. Porém, Ele não os abandonará e, com ternura e carinho, lhes diz: “Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer” (v. 19). Eles não deverão temer, pois o Espírito do Pai lhes haverá de sugerir o que devem dizer em sua defesa, de modo que permanecerão serenos e estarão prontos a afrontar o juízo com resolução, na certeza de que o testemunho dado clamará em favor deles diante do tribunal de Deus. E, com seu olhar tranquilo e seguro, Jesus não deixa de encorajá-los: “Todo aquele que me reconhecer diante dos homens, também o Filho do homem o reconhecerá diante dos anjos de Deus” (Lc 12,8).

Para S. Ambrósio, Jesus se dirige não só aos Apóstolos, mas a todos os que o seguem, também a nós, que já participamos “da vida ditosa, da vida feliz, depois da vitória. De fato, terminado o combate, gozaremos da vida na qual a lei da carne não se opõe à lei do espírito. Vida, na qual já não é necessário lutar contra o corpo mortal, porque o mesmo corpo mortal já alcançou, desde agora, a vitória”.

          Portanto, o Evangelho é o cerne do ser e do agir do missionário, que, conduzido pelo Senhor a uma paisagem nova e a um mundo riquíssimo de significados vitais, abraça as suas palavras com seriedade e total dedicação. A Palavra de Jesus jamais lhe será extrínseca, será a força a envolvê-lo e a revigorá-lo interiormente, de sorte que perseguido por causa dela, ele não vacilará em sacrificar sua própria vida, submetendo-se ao martírio. O Senhor o aguarda na glória. Nesse sentido, ao ser martirizado, o jovem Estêvão, denominado por Fulgêncio de Ruspe, “imitador de Cristo, contempla a glória do Ressuscitado, proclama sua divindade e lhe confia o seu espírito, após perdoar seus inimigos”. Comenta M. Starowieyski: “Ontem Cristo foi envolto por nós em humildes vestes; hoje Estêvão foi por Ele vestido com a estola da imortalidade, pois deixando a tenda do corpo, entrou triunfante no céu”.  

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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