Reflexão do Evangelho de Jo 20, 1-2.11-18 - Aparição às santas mulheres - Terça feira 22 de Julho
Reflexão
do Evangelho de Jo 20, 1-2.11-18 - Aparição às santas mulheres
Terça
feira 22 de Julho
João Batista pregava só quando um grupo
de pessoas se reunia ao seu redor, Jesus, por sua vez, vai ao encontro das
pessoas, peregrinando de cidade em cidade. Numa vida itinerante, Ele ia às
cidades e aldeias e sua voz era ouvida nas sinagogas e no Templo; noutras
ocasiões, Ele falava às multidões, reunidas em lugares desertos ou sobre belas
colinas e mesmo à beira do lago de Genesaré. Acompanham-no os Apóstolos, fiéis
seguidores, e as santas mulheres que os serviam com os seus bens. Elas mostravam-se
silenciosas, de grande afabilidade e generosidade, exprimindo, assim, seu agradecimento
pelo muito que tinham recebido do Senhor.
Após
o sepultamento do Mestre, as mulheres serão as primeiras a irem ao túmulo para
lhe prestar homenagem. Chegando, veem a pedra retirada e debruçando sobre o
túmulo, constatam que estava vazio. À sua entrada, guardando o recinto, um anjo
as exorta: “Não temais! Sei que vós estais procurando Jesus, o Crucificado. Ele
não está aqui, ele ressurgiu, conforme havia dito”. É a vitória da vida, em que
a morte é vencida e surge um novo tempo, primícias da consumação dos séculos. Exclama
Melitão de Sardes: “Ressuscitando dos mortos, Jesus ressuscitou também a
humanidade das profundezas do sepulcro”.
O sol projetava seus primeiros raios de
luz, com os olhos marejados de lágrimas, as santas mulheres temem que os
soldados tenham levado o corpo do Senhor. As palavras do anjo não aquietaram
seus corações apreensivos. Sempre compreensivo e bondoso, o próprio Jesus “sai
ao encontro delas, dizendo-lhes: alegrai-vos. Reconhecendo-o, elas se aproximam
dele, abraçam-lhe os pés, e se prostram diante dele”. Imediatamente, a tristeza
dá lugar à alegria e à gozosa adoração. O sepulcro, lugar de dor e de
lamentação, torna-se expressão de esperança e de conforto. Também as lágrimas
se transformam. Agora, com lágrimas de alegria, elas partem apressadamente para
dar a boa-nova aos Apóstolos e transmitir-lhes a mensagem do Senhor: “Anunciai
a meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá me verão”. Mas os inimigos de
Jesus não dão trégua. Ao saber, pelos guardas, do sucedido, os chefes dos
sacerdotes lançam um último e desesperado intento para sufocar a ação gratuita
e benevolente da vontade de Deus. Subornam os soldados. Eles não deveriam
narrar a verdade dos fatos, mas desfigurá-los, dizendo falsamente “que os
discípulos tinham roubado seu corpo enquanto eles dormiam”. Último vislumbre da
maldade urdida pelos inimigos do Senhor.
Nesse episódio, é ressaltada a
perseverança das santas mulheres. Embora os discípulos tivessem se retirado,
Maria Madalena permanecia junto ao túmulo. Diz S. Gregório Magno: “Buscando,
ela chorava, e o fogo de seu amor, tornava ainda mais vivo o desejo por seu
Senhor desaparecido. Ela foi recompensada, é a única a vê-lo, pois da
perseverança provém a força de toda boa ação”. Ao adverti-la de não tocá-lo, “porque,
dizia Ele, não subi ainda ao Pai”, Jesus a erige como sinal para todos os seus
discípulos: antes de tocá-lo há de se ter a experiência pessoal e interiorizada
de sua presença. A propósito, observa S. Jerônimo: “Como os Apóstolos, também
ela deve crer espiritualmente, pois Ele já se encontra estabelecido à direita
do Pai, na glória celestial”.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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