Reflexão do Evangelho de Mt 12,38-42 - O sinal de Jonas - Segunda-feira 21 de Julho
Reflexão
do Evangelho de Mt 12,38-42 - O sinal de Jonas
Segunda-feira
21 de Julho
Jesus
veio para oferecer a Salvação e a Redenção à humanidade. Suas palavras causavam
estranheza às autoridades da época, pois Ele considerava o amor a Deus e aos
homens, incomparavelmente, mais importante do que as múltiplas tradições e
prescrições humanas. Presença do amor benevolente do Pai, Jesus quer
estabelecer uma nova e eterna aliança com os homens. A resposta à sua oferta é
consentimento e abandono total ao seu desígnio salvador. Ora, os escribas e
fariseus, em sua incredulidade, não confiam em suas palavras e revelam certa
aversão, que bem pode refletir uma ponta de inveja, porque até então eles se
tinham como único padrão e critério da verdade e da ortodoxia. Não obstante isso,
eles lhe pedem um sinal do alto.
A
resposta de Jesus, serena e desafiadora, remete-os ao profeta Jonas, que Ele
apresenta como figura de sua morte e ressurreição. O povo de Nínive, descrito
em seu processo de penitência e conversão, simboliza o novo Povo de Deus, instituído
por Ele. Mas inebriados pelo orgulho e pelo sentimento de superioridade, eles
não conseguem entendê-lo e alguns chegam a afirmar que as palavras e sinais
realizados por Ele eram obras do demônio. A resposta de Jesus é imediata. Com palavras
duras e severas, Ele os compara a uma geração adúltera e perversa. A ira deles
aumenta ainda mais, mas Jesus, sem se alterar, continua a anunciar a vitória da
graça divina.
Contudo,
o poder de Jesus é o poder do amor, e o amor respeita a liberdade do outro. Sem
reconhecer a Verdade de Deus, presente junto a eles, fariseus e escribas não
creem em suas palavras e se afastam com ares ameaçadores. Outros creem em suas
palavras e se estreitam em torno dele. Estes eram guiados pela liberdade da fé,
que descerra a cegueira interior do coração e permite contemplar, refletida nas
Palavras do Mestre, a grandeza da misericórdia divina. Da mesma forma que o
povo de Nínive, diante da pregação de Jonas, orienta-se para Deus, também eles
entregam-se à Palavra de Jesus, que os exorta à penitência e ao arrependimento.
Ao invés, assim como João Batista foi rejeitado, também agora os fariseus e
escribas não acolhem os sinais realizados pelo Messias, o Ungido de Deus, e recusam
a sua mensagem.
Escreve S. Pedro
Crisólogo: “A fuga do profeta Jonas é figura do próprio Senhor. O terrível
naufrágio simboliza sua morte e ressurreição. Aos judeus que pediam um sinal, Ele
decidiu dar um único sinal, para que eles soubessem que a glória messiânica é
transferida às nações, a todos os povos. Portanto, com toda justiça, conclui
Jesus, os ninivitas hão de se levantar no dia do Julgamento e condená-los, pois
eles fizeram penitência por força da pregação de um único profeta. E esse
profeta era um náufrago, um estrangeiro, um desconhecido”. No presente momento,
urge corresponder à Palavra de Jesus, que, segundo Orígenes, “oferece não dons
corruptíveis como o ouro ou os aromas, mas sim o perfume espiritual da fé, o
suor da virtude e o sangue do martírio”.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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