Reflexão do Evangelho de Mt 9, 9-13 - Vocação de Mateus - Sexta-feira 04 de Julho
Reflexão do Evangelho de Mt
9, 9-13 - Vocação de Mateus
Sexta-feira 04 de Julho
Jesus
se encontra em Cafarnaum, situada na movimentada rota de Damasco. Razão da presença aí de aduanas e dos
respectivos cobradores de impostos, chamados publicanos (telovai), dentre os quais
Mateus, nome hebraico, provavelmente abreviação de Matatías, que significa “dom
de Deus”. Ao saber da chegada do Mestre, Mateus o convida à sua casa para uma
refeição com os seus amigos e colegas cobradores de impostos, como ele. “Os
fariseus vendo isto, perguntam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com
os publicanos e os pecadores? ” Estavam escandalizados: como podia Ele
participar de uma festa com aquelas pessoas?
Olhando-os em seu coração, Jesus repete o que dissera em outras
ocasiões: “não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os
doentes”. Ele veio para todos, pois todos são dignos de atenção e de misericórdia,
e quem se esquece disso é porque não compreende que Ele “não veio chamar
justos, mas pecadores”. E dirigindo-se a Mateus, disse-lhe: “Segue-me”. E ele,
abandonando tudo, o seguiu.
A tradição patrística e a literatura
ascética destacam dois aspectos fundamentais da vocação de Mateus: o apelo
gratuito e eficaz do Senhor e a resposta pronta e incondicional de Mateus. A
primeira revela a bondade e o poder do Mestre, a segunda aponta para a acolhida
e disponibilidade do Apóstolo. Jesus, segundo S. Beda, o venerável, “viu mais
com os olhos interiores do seu amor do que com os olhos corporais. Jesus viu o
publicano e, porque o amou, o escolheu, e lhe disse: segue-me, isto é, imita-me.
Ele o segue, menos com seus passos, mas muito mais com seu modo de agir, pois
quem está em Cristo, anda de contínuo como Ele andou”.
O fato
de Mateus deixar tudo e, desde aquele momento, passar a pertencer ao grupo dos
discípulos, impressionou vivamente S. Jerônimo, que declara “ter Mateus dito
ser um publicano para mostrar que ninguém deve se desesperar sobre sua salvação”.
Jamais. A confiança, esta sim, a confiança infantil no Senhor, que “conhecendo,
observa S. João Crisóstomo, os secretos pensamentos de cada pessoa, sabe o
momento em que cada pessoa está pronta para escutar o seu chamado”. Já no final
do encontro, apesar dos fariseus se mostrarem incapazes de compreender o seu
gesto, Jesus lhes faz ainda um novo apelo: “Ide, pois, e aprendei o que
significa: misericórdia é que eu quero, e não sacrifício”. O coração de Jesus
extravasa carinho por todos, movido pelo ardente desejo de levar cada um à
prática do amor e a viver a compaixão misericordiosa no cuidado dos pobres e
pecadores.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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