Reflexão do Evangelho de Mt 11, 28-30 - Vinde a mim todos os que estais cansados - Quinta-feira 17 de Julho
Reflexão
do Evangelho de Mt 11, 28-30 - Vinde a mim todos os que estais cansados
Quinta-feira
17 de Julho
Um
dia, voltando-se para os peregrinos que o acompanhavam, disse-lhes Jesus: “Vinde
a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo”. A expressão
“fardo” ou “jugo” era, aliás, muito empregada pelos judeus para exprimir a
submissão a Deus. Assim, eles se referem ao fardo da lei, dos mandamentos e ao
jugo do Reino. No Evangelho, Jesus diz que o seu “jugo é suave”, o que para o
leitor grego significa um jugo “bem ajustado”, “adequado”. As exigências que
pesavam sobre a conduta religiosa e moral, isto é, as prescrições que provinham
da Lei divina, dos oráculos proféticos, também das doutrinas dos mestres e das autoridades
religiosas, seriam adequadas aos que buscavam a santidade de vida e se
dispunham a segui-lo.
“Vinde a mim”, exclama Jesus, mostrando
que o seu jugo ou fardo, antes de se traduzir em lei ou prescrições, é uma
relação pessoal que se estabelece entre Ele e os discípulos. Ele é o Sábado do
novo Povo de Deus, aquele que concede o verdadeiro descanso, pois seu “fardo é
leve e seu jugo é suave”. Atraídos por Ele, seus discípulos o seguem pelo
caminho que os conduz à feliz eternidade do Pai, sob a luz da misericórdia, que
lhes infunde alegria, coragem e esperança. Ora, os fariseus permaneciam
mergulhados no mar do ritualismo e da casuística das intepretações da Lei, arma
poderosa de domínio sobre o povo, e terreno fértil para abusos e
arbitrariedades. Por isso, as palavras do Mestre pareciam-lhes incompreensíveis.
Diferentemente
dos fariseus, ao Bem-amado do “Abba”, doce e humilde de coração, foram confiados
o mistério e a instauração do Reino dos céus, juntamente com o poder de
revelá-los aos discípulos, que se inscrevessem na escola do amor “agápico”. Assim,
como servos de todos, eles irão encontrar o tão desejado repouso na realização
da “promessa de Jesus, que chama a si todos os que estavam cansados. Talvez,
continua S. Agostinho, eles esperassem alguma outra recompensa, mas em troca,
eles recebem a resposta: Eu vos farei repousar”. Com a respiração presa de
alívio e admiração, os discípulos passam do temor para o amor, das muitas
prescrições para o serviço alegre aos irmãos, pois em Jesus tudo é atual e
palpitante de vida. Nele, eles encontram repouso e o segredo da verdadeira e
interminável vida.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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