Reflexão do Evangelho de Mt 11, 25-30 - Evangelho revelado aos simples - Domingo 06 de Julho
Reflexão do Evangelho de Mt 11, 25-30 -
Evangelho revelado aos simples
Domingo 06 de Julho
Pôs-se
Jesus a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste
estas coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos pequeninos”. Os termos
“céu e terra” designam toda a criação, segundo observa Santo Agostinho.
Certamente, o orgulho intelectual, a frieza de coração e o fanatismo fecham o
homem para as coisas de Deus e de seu Reino. O orgulho, aliás, é a raiz de
todos os vícios e exerce grande influência sobre nós, impelindo-nos ao pecado.
Jesus contrasta o orgulho com a
atitude de uma criança em sua simplicidade e humildade. O simples de coração vê
sem pretensões, reconhece sua dependência de Deus e nele confia. As vocações de
Davi e de Jeremias são dois exemplos, entre tantos outros, da predileção de
Deus pelos pequenos e simples. Davi era um jovem pastor quando foi escolhido
por Ele para ser rei de Israel. De origem camponesa, Jeremias não passava de um
jovenzinho quando, por intervenção divina, foi consagrado como o “profeta das
nações”. Deus se opõe aos orgulhosos e dá sua graça aos humildes.
Jesus rende graças ao Pai, porque diz
Ele: “Escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos
pequeninos”. E, mais adiante, acrescenta: “Ninguém conhece quem é o Filho senão
o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser
revelar”. O verbo conhecer, em seu sentido bíblico, exprime aqui a comunhão
tanto no pensar como no querer. A designação “Filho de Deus” não é um simples
título, mas uma intimidade, uma comunhão total e perfeita de Jesus com o Pai. Unido
ao Pai, Ele é fonte de vida para todos nós.
Portanto, é na intimidade com Deus que os simples e pequeninos são
introduzidos, quando ouvem e aceitam com fervor as palavras de Jesus. No dizer
de São Gregório de Nazianzo, outro que desde pequeno demonstrou inclinação para
a vida mística, “o Senhor se faz pobre; suporta a pobreza de minha carne para
que eu alcance os tesouros de sua divindade. Ele tudo tem, de tudo se despoja;
por um breve tempo se despoja mesmo de sua glória para que eu possa participar
de sua plenitude”. Eis a maior riqueza comunicada à humanidade: fazer parte da
glória, da vida íntima do Pai.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, OFM
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