Reflexão do Evangelho de Mt 10, 34-11,1 - Jesus causa divisões - Segunda-feira 14 de Julho
Reflexão do Evangelho de Mt 10, 34-11,1
- Jesus causa divisões
Segunda-feira 14 de Julho
Pasmos,
ouvimos as palavras: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer
paz, mas espada”. Na realidade, Jesus leva uma vida itinerante, mas não
vagueando pelo mundo ao léu, sem saber o que lhe aguardava. Com objetivos
claros, Ele segue um desígnio e de modo lúcido, em perfeita comunhão com o Pai,
quer realizá-lo. A firmeza das palavras e a clareza dos ensinamentos mostram
sua vontade de cumprir uma missão, muitas vezes, anunciada por Ele como
presença eficaz da misericórdia divina.
As palavras do Mestre assustam e enchem
de medo os seus discípulos, pois compreendem que aquela é a hora de decisão, da
qual eles não podem escapar. Ao dizer que não veio trazer a paz, mas espada,
Ele declara que sua mensagem e seus ensinamentos não permitem delongas, mas
urgem uma decisão por Ele. Porém, tudo depende da real liberdade de cada um.
Ele não força, mas espera que seus seguidores cortem as amarras da escravidão do
pecado e possam livremente segui-lo. E não só. Ele fala-lhes também da
necessidade de desprenderem-se dos laços familiares para “eliminar, segundo S.
João Crisóstomo, o que causa contraste e rebelião no nosso interior”.
No entanto, o
tom incisivo empregado por Jesus não visa anular, mas sim destacar a primazia da
paz, potente força interior, que leva o cristão ao cume do bem e a imolar-se no
“altar do coração”, como oferta da vida a Deus, em benefício dos irmãos. Em
outras palavras, seguir Jesus exige assumir compromissos, que elevam o espírito
acima das paixões e dos apegos mundanos e permitem ao discípulo ultrapassar,
sem negar, o amor devido aos pais e parentes. Nesse quadro, não há espaço para
o comodismo ou para o irenismo, que faz desaparecer as fronteiras do bem e do
mal, diluindo contrastes e opções claras pró ou contra Deus.
Em suma, Jesus
coloca em primeiro lugar Deus e deseja que seus discípulos façam opções claras
por Ele. Referindo-se à renúncia aos pais e familiares, escreve S. Agostinho: “Eu
vos amo em Cristo, mas não vos amo em lugar de Cristo. Sede comigo nele, mas
não eu convosco sem Ele”. Eis a orientação fundamental da vida cristã!
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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