Reflexão do Evangelho de Mt 10, 24-33 - Falar abertamente e sem temor - Sábado 12 de Julho
Reflexão do Evangelho de Mt 10, 24-33 - Falar
abertamente e sem temor
Sábado 12 de Julho
Após exortar os discípulos a testemunhar
o Evangelho, com o risco da própria vida, Jesus repete por quatro vezes: “Não
tenhais medo”. Sem jamais titubear, eles deverão manter-se firmes na fé e na
alegria da esperança, pois a fidelidade deles na “confissão de fé”
corresponderá à fidelidade de Jesus em reconhecê-los na glória celestial.
A seguir, visando fortalecê-los em sua
missão apostólica, o Mestre descreve quatro antíteses, cujo objetivo é inculcar-lhes
a certeza de que a verdade acabará prevalecendo, pois “nada há de encoberto que
não venha a ser revelado, oculto que não venha a ser conhecido”. Ademais, o que
lhes foi ensinado na intimidade da vida apostólica, eles irão proclamar, com
força e sem temor, a todos e publicamente. Eles nada têm a temer. O mesmo se
diga dos sofrimentos suportados na sombra dos calabouços ou das salas de
tortura, pois, graças à promessa do Senhor, eles irão refulgir no palco das arenas,
ou seja, no grande dia do julgamento final, diante do Senhor.
Desse modo, com palavras simples, concretas e vivas,
Jesus lhes transmite ternura e doçura, e lhes garante que agirá neles e por
meio deles, despertando no âmago de seus corações a certeza de que são amados e
que amar a Deus não é um dever, é um grito de reconhecimento pelo fato de Ele
os ter amado por primeiro e dado sua vida por eles. Por isso, diz S. João
Crisóstomo, “Ele é chamado o Deus da consolação e das misericórdias”.
Os discípulos sentem-se emocionados e
agradecidos ao ouvirem as palavras amorosas de Jesus, referindo-se ao Pai: “Não
se vendem dois pardais por um asse. E, no entanto, nenhum deles cai em terra
sem o consentimento do vosso Pai! Quanto a vós, até mesmo os vossos cabelos
foram todos contados. Não tenhais medo, pois valeis mais dos que muitos
pardais”. Em seus corações, solidifica-se a confiança no Pai. Ele zela e cuida
de todos, pois até mesmo as pequenas criaturas são objeto da solicitude divina.
E, como anunciadores do Evangelho da justiça, da paz e da misericórdia, eles
serão capazes de imolar a própria vida em defesa da mensagem do Senhor, em seus
princípios éticos, morais e religiosos. Através dos séculos, muitos os seguirão.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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