Reflexão do Evangelho de Mt 13, 31-35 - As parábolas do grão de mostarda e do fermento - Segunda-feira 28 de Julho
Reflexão do Evangelho
de Mt 13, 31-35 - As parábolas do grão de mostarda e do fermento
Segunda-feira 28 de
Julho
Através
de breves histórias, as parábolas, o Senhor fala às pessoas de boa vontade. Nesse
sentido, Ele compara o crescimento da vida espiritual ao processo lento e
progressivo de maturação na natureza, dando como exemplos o grão de mostarda e
o fermento colocado na farinha para fermentá-la. Palavras simples e acessíveis
para dispor os ouvintes, diz S. Jerônimo, “a receber o grão da pregação da
Palavra e a se nutrir com a fé, de modo que o pequeno grão germine e cresça no
campo de seus corações”.
Nas margens do mar
de Genesaré, seus ouvintes veem, diante de si, um arbusto de três metros de
altura. O pequeno grão tornou-se uma árvore frondosa, com bela ramagem e fortes
galhos, “a tal ponto que as aves dos céus se abrigam em seus ramos”. As aves simbolizam,
no dizer de S. Hilário de Poitiers, “os Apóstolos, os quais se dividem e se espalham
a partir do poder de Jesus”. Como o fermento, eles irão promover o crescimento
do Reino de Deus a partir da Palavra proclamada ou, no dizer de S. João
Crisóstomo, “eles irão difundir progressivamente por toda a massa a mensagem do
Evangelho”.
Apesar dos meios
serem simples, semente e fermento, os resultados se apresentam extraordinários.
Assim, instruídos pelo Senhor e inspirados por Ele, os discípulos são
orientados a conceber a difusão do Reino de um modo discreto e singelo. A concepção
dos judeus era bem diferente: eles esperavam a vinda do Reino como manifestação
grandiosa e estupenda do poder de Deus. Ao invés, os Apóstolos concebem a instauração
do Reino como uma transformação interior, escondida e silenciosa, totalmente
estranha à concepção vigente na época.
Mediante
as parábolas, Jesus mostra como Deus, de uma maneira silenciosa, manifesta-se na
fraqueza e na pequenez daqueles que o buscam. Mais tarde, o Apóstolo S. Paulo
dirá: “Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10). Portanto,
a pequenez do grão e a pequena quantidade de fermento representam não a
grandeza do Reino, mas sim o poder do Evangelho, que chegará a todos os povos
alegoricamente representados pelas “aves do céu, que se abrigam” na bela árvore
do grão de mostarda. S. Jerônimo exclama: “Tenhamos também nós asas de pomba
para que, voando para o mais alto, possamos habitar nos ramos dessa árvore e
fazer, para nós, ninhos dos ensinamentos do Mestre, fugindo das coisas da terra
e correndo para as do céu”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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