Reflexão do Evangelho Mt 13, 47-53 - A parábola da rede - Quinta-feira 31 de Julho

Reflexão do Evangelho Mt 13, 47-53 - A parábola da rede
Quinta-feira 31 de Julho

       Diferentemente das parábolas anteriores, que falavam do tempo presente, esta parábola refere-se ao futuro, ao julgamento final. Jesus evoca cenas da pesca no lago, tão familiares aos Apóstolos, e fala da rede de arrastão, que recolhe todos os tipos de peixes. Só depois de alcançarem a terra firme, os pescadores separam os peixes, bons e maus. Da mesma forma, na Terra Prometida da Bem-aventurança, o Filho de Deus irá separar uns para a salvação, na feliz eternidade do Reino de Deus, outros para a condenação. Mas o objetivo de Jesus não é descrever sistemas apocalípticos, mas sim realçar, graças à descrição do futuro, a importância de se viver bem no momento presente. A expressão “ser lançado nas trevas” não sugere um lugar ou espaço físico, mas quer simplesmente expressar o fato de se estar fora da luz ou fora da vida feliz em Deus.
A parábola sublinha que o Reino está aberto para todos, e exorta à paciência e, sem dúvida, à emenda de vida, pois o tempo da separação entre bons e maus só chegará à hora fixada por Deus. Para S. Agostinho, o Reino de Deus é a Igreja, que reúne bons e maus, santos e pecadores e que, no tempo presente, convoca todos, em termos de amor e de misericórdia, a se orientarem segundo a mensagem do Senhor, Rei de justiça e de paz. A missão da Igreja  é introduzi-los na comunhão da vida divina.
       Como a parábola do joio, esta parábola traça um sugestivo paralelismo mediante as palavras: separação, recolhimento do bom grão ou dos bons peixes e rejeição do joio ou dos que não prestam, no fim dos tempos. Ambas terminam com uma alternativa, expressa na pergunta de Jesus: “Entendestes todas essas coisas?” A resposta positiva dos Apóstolos merece-lhes a designação de “pai de família que do seu tesouro tira coisas novas e velhas”. S. Irineu observa que as coisas velhas são as verdades reveladas na Lei e as coisas novas são as Palavras de Jesus no Evangelho, que “nos concedem a liberdade de uma ‘vida nova’ e multiplicam a graça proveniente de Deus”. Por intermédio dos Apóstolos, o apelo do Senhor chega a todos os homens, em todos os tempos, e quem o acolhe sente-se abrasado pelo amor de Deus, sem se consumir, como a sarça ardente de Moisés. Após o fogo purificador do juízo, ele se tornará tanto mais íntegro, quanto mais ele participar, desde agora, da luz divina.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 51-56 - Jesus não é acolhido pelos samaritanos - Terça-feira 30 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 5-13 – A oração perseverante (amigo importuno) - Quinta-feira 09 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Jo 7,37-39 - Promessa da água viva - Sábado 07 de Junho