Reflexão do Evangelho - Domingo 04 de Janeiro
Reflexão do Evangelho
Mt 2, 1-12 – Epifania
do Senhor
Domingo 04 de Janeiro
Numa
pequena gruta nos arredores de Belém, não muito distante de Jerusalém,
reúnem-se, em uma perspectiva “católica”, os simples e os sábios, os pobres e
os ricos com sua generosidade, o povo de Israel, representado pelos pastores, e
os primeiros pagãos, os reis magos. É a Epifania, epipháneia, manifestação de Jesus ao mundo. Primícias da nossa
vocação e da nossa fé, exórdios do Evangelho do amor e da esperança.
Em Jerusalém, a comoção
é geral. Corre a notícia da chegada de alguns príncipes estrangeiros, que
pediam informações sobre um “rei dos judeus”, que acabara de nascer. A
perplexidade do povo se transforma em Herodes numa profunda ansiedade, ele já
havia matado dois dos seus filhos e estava prestes a matar o primogênito,
Antípater, e agora surgia uma nova ameaça, alguém para arrebatar-lhe o poder. Mas
tais preocupações não atormentam os magos, que apenas querem saber onde deveria
nascer o anunciado pela estrela. Ao ouvi-los, os habitantes de Jerusalém logo
se lembraram da promessa feita a Abraão de que seus descendentes seriam como as
estrelas do céu, dos quais um seria o futuro Messias (Nm 24,17). Preocupado,
Herodes interroga os sacerdotes e escribas do povo sobre o lugar onde o Messias
deveria nascer. Obtida a resposta oficial, ele envia os magos a Belém, pátria
de Davi, pedindo-lhes que mandassem informações precisas sobre o local do seu
nascimento. Arquitetando maldade e a morte do suposto Messias, ele prometia prestar-lhe
mais tarde o devido culto.
Desde o momento em que partiram de Jerusalém,
“eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia à frente deles até que parou
sobre o lugar onde se encontrava o menino”. Pasmo, exclama S. Inácio de
Antioquia: “Todos os astros, juntamente com o sol e a luz, formaram coro em
torno do astro, e ele projetou sua luz mais do que todos”. Guiados por essa
luz, os magos encontram o Menino com Maria, sua mãe, e prostrados diante dele,
conforme costume oriental, o adoram e lhe oferecem presentes. S. Leão Magno diz
que “do tesouro do seu espírito tira o ouro, aquele que reconhece o Cristo como
rei de toda criatura; oferece a mirra, aquele que crê que o Filho único de Deus
assumiu nossa natureza humana; e exprime sua reverência oferecendo o incenso,
aquele que o confessa igual ao Pai, em tudo, absolutamente”. Alegres e
agradecidos, eles retornam à sua pátria, levando no coração as mais belas
esperanças. Jesus, eternamente Deus, assumiu nossa humanidade para nos comunicar
a sublimidade do amor e a infinita beleza da verdade.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, o.f.m.
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