Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 12 de Janeiro
Reflexão Evangelho
Mc 1,14-20 e Mt 4,
12-17.23-25 - Jesus inaugura sua pregação
Segunda-feira 12 de Janeiro
João Batista é levado
à prisão, na Galileia, Jesus inicia sua vida pública proclamando: “O tempo está
realizado e o Reino de Deus está próximo”. Ele percorre aquelas pequenas
cidades que se estendem em volta do lago de Genesaré, ensinando e curando os
enfermos. Uma diferença marca a missão dos dois mestres. Se João Batista pregava
aos que acorriam a ele, Jesus vai ao encontro das pessoas e sua voz é ouvida
pela multidão que o segue e que se aglomera ao seu redor, no descampado do
deserto ou à beira do mar, ao longo do caminho ou no cimo de uma colina. João
testemunha a vinda do Messias, Jesus diz ser a luz do mundo ou o próprio Reino
de Deus, auto-basileia, no dizer de
Orígenes.
Para se chegar a Ele
ou ao Reino de Deus, o caminho é o Evangelho, a boa notícia do amor e da
misericórdia, e caso nós o acolhamos, volta a dizer Orígenes, “Deus passeará em
nós como num paraíso espiritual”. Há uma exigência. Urge se decidir, e a
decisão compreende mudança de vida, conversão. Por isso, desde o início de sua
pregação, Jesus lança um forte apelo: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. Como
a voz dos profetas, suas palavras trazem ao coração dos ouvintes a necessidade de
se ligar à “vertente”, à fonte inesgotável da vida, pois quem dela se desliga
corre o risco de deixar secar a água viva, que jorra para a vida eterna. Contemplando
o lago de Genesaré ou o rio Jordão, eles ouvem as palavras de Jesus, que lhes
transmitem sentimentos de paz e de felicidade, e então eles reconhecem que a
vertente ou a fonte da vida é Deus ou o próprio Cristo, único capaz de
dessedentá-los corporal e espiritualmente.
Jesus
não traz uma nova doutrina filosófica, tampouco anda de cidade em cidade a modo
de um curandeiro. Ele ensina nas sinagogas e leva seus seguidores a ler as
Escrituras e a orar. O Evangelho é o anúncio, no dizer do profeta Isaías, de um
acontecimento salutar, da boa notícia da Palavra de Deus, força eficaz e
renovadora, comprovada pelos Apóstolos, que de simples pescadores se
transformam em pescadores de homens. Bastou um simples chamado do Senhor para
eles deixarem imediatamente “tudo”, pois pelo Senhor, comenta Tertuliano, “eles
abandonaram as relações humanas, a profissão, os negócios; como João e Tiago
abandonaram seu pai e a barca, e Mateus se levantou do telônio”. Nada é
anteposto ao amor de Cristo. E foi exatamente esta força, transmitida pelos Evangelistas,
que levou S. Agostinho a exclamar: “Edifiquemos também nós e façamos uma casa
em nosso coração, onde Ele permaneça para ensinar-nos e falar conosco”.
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