Reflexão do Evangelho - Domingo 11 de Janeiro

Reflexão do Evangelho
Mc 1, 7-11- Batismo de Jesus
Domingo 11 de Janeiro

       O antigo sonho do homem, o eterno sonho de tornar-se imortal, é vivido pelo mundo judaico na esperança da vinda de um Messias. As profecias, acolhidas quais raios de luz, permitiam entrever, ao longo da história, o vulto de um Deus justo e misericordioso. No início da era cristã, muitos viam em João Batista o cumprimento das profecias e se interrogavam se não era ele o Messias esperado. Sem hesitar, o próprio Batista afasta toda dúvida, deixando claro que sua missão é ser precursor e dar testemunho do Messias. E numa atitude de sincera humildade, ele confessa não ser digno de desatar a correia de suas sandálias, nem mesmo digno de ser seu escravo.
        João batiza e Jesus aproxima-se para ser batizado. S. Gregório de Nazianzo nos dá sua intepretação do fato: O Mestre vem “talvez para santificar aquele que o batiza e, sem dúvida, para sepultar nas águas o velho Adão. João reluta, Jesus insiste, eu é que devo ser batizado por ti, diz a lâmpada ao Sol, a voz à Palavra”. Jesus desce às águas e o relato bíblico diz que “o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Ele”, sinal da origem divina de sua missão.    
João batiza com água, Jesus é aquele que batiza com o Espírito Santo e com o fogo. João batiza os que procuram libertar-se do peso do pecado, Jesus se deixa batizar, tomando sobre si o peso da culpa de toda a humanidade, não apenas afastando o pecado, mas destruindo-o. Batismo, momento essencial em que o Pai confirma a sua missão: “Este é o meu Filho bem-amado”. Se Maria o trazia nos braços com ternura, seu Pai lhe presta o testemunho de amor. Com respeito e emoção, escreve S. Máximo: “A Mãe apresenta-o aos magos para que eles o adorem, o Pai apresenta-o às nações para que o reverenciem”. Ele é o Filho amado, realidade só compreendida, quando, rompendo-se a fronteira entre Deus e o mundo, o homem se torna partícipe da inacessível eternidade de Deus.   

Desde o início de sua missão, superando profetas e patriarcas, Jesus é “repleto do Espírito Santo”, que Ele irá comunicar a todos os que o seguem. O batismo de Jesus é mais do que a manifestação do Pai em seu Filho Jesus, é a manifestação do Espírito divino, que estará presente ao longo de sua missão. Nesse sentido, logo a seguir, o Evangelho narra o fato de Ele ser impelido pelo Espírito ao deserto, para afrontar o mal e vencê-lo. Já se delineiam assim os três anos da vida pública de Jesus, e sua vitória na Ressurreição dos mortos. E firma-se na comunidade primitiva a convicção de que Ele é o Filho de Deus, em quem os cristãos são, pelo batismo, “um só Espírito”, o Espírito de filiação.

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