Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 22 de Janeiro
Reflexão do Evangelho
Mc 3, 7-12 - As
multidões seguem Jesus
Quinta-feira 22 de Janeiro
Por
onde Jesus passava, as multidões acorriam para ouvi-lo e ver as obras que
realizava. O poder de sua mensagem é impressionante. A sua palavra alimentava
os que tinham fome de Deus e curava os que buscavam libertar-se de seus males. Movidos
pela fé, muitos se achegavam a Jesus para tocá-lo e, pelo poder que dele
provinha, eram curados e perdoados de seus pecados. Em sua presença, até os
demônios tremiam e reconheciam sua verdadeira identidade, declarando: “Tu és o
Filho de Deus”.
No
entanto, S. Agostinho não deixa de observar: “Muito melhor que estar com o
Senhor é ter fé nele”. Não basta estar em meio àquela multidão, pois “a fé é
mais forte que tocá-lo com a mão. Se pensas que Cristo é só homem, tu o tocas,
na terra, com as mãos, mas se tu crês que Cristo é o Senhor e igual ao Pai,
então tu o tocas, na glória do céu”.
Ao
longo de sua missão, Jesus se doa e se comunica aos discípulos, também a nós,
pela força de uma presença cativante e pelo seu modo despretensioso e simples
de ser. Suas palavras tocam os corações e os milagres realizados por Ele
adquirem um sentido todo especial: são manifestações de sua misericórdia e de
seu amor. As multidões afluem de todas as partes, provêm da Galileia, também
dos extremos sul e norte do país. Se elas são atraídas pelos milagres e querem
tocá-lo, suas palavras não deixam de ser exigentes, pois não é a quem dorme que
é dado o Reino de Deus, mas aos que ouvem a Palavra e cumprem os mandamentos de
Deus. Fiéis à sua mensagem, os discípulos serão, em meio ao mundo, uma imensa
reserva de silêncio, de paz e de amor fraterno, tornando possíveis as boas e
duráveis realizações da história.
Os
últimos versículos falam da multidão, que se acotovela para chegar até Jesus. Sentindo-se
apertado e um tanto sufocado, Ele pede aos discípulos um pequeno barco para
melhor falar ao povo. S. Beda aproveita esse detalhe para dizer: “A barca, que
serve com diligência ao Senhor no mar, é a Igreja, congregada dentre as nações
e que se desliza entre as ondas deste mundo. Quanto mais se dilata para receber
a graça de seu fundador, tanto mais majestosa ela se torna para armazenar as
coisas de seus passageiros, e assim a barca agitada por quaisquer ventos faz
frente às agitadas ondas do mar”. Por isso o clamor de S. Agostinho: “Toca-o tu
com a fé, ó Igreja católica, toca-o com a fé”.
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