Reflexão do Evangelho - Sexta - feira 23 de Janeiro

Reflexão do Evangelho
Mc 3, 13-19 - Escolha dos Apóstolos
Sexta - feira 23 de Janeiro

       Logo no início de sua vida pública, Jesus escolhe doze apóstolos dentre os seus discípulos. Eles constituem as colunas da Igreja da qual serão juízes no final dos tempos. Naquela importante ocasião, Jesus, como nos momentos mais significativos da sua vida, conduziu seus discípulos ao monte, lugar de oração e de encontro com Deus.
       Após passar a noite em oração, Ele escolhe Doze aos quais dá o nome de Apóstolos, depositando neles toda a sua confiança. Já no Antigo Testamento existiam os sheluchim, apóstolos em grego, que tinham a incumbência de reforçar os vínculos existentes entre os lares de Israel. No Novo Testamento, o título apóstolo adquire o sentido de missionário, também de representante ou testemunha, pois eles terão a missão de atestar que Cristo ressuscitado é o mesmo com quem eles conviveram em sua vida pública. “Quem vos escuta, a mim escuta”, diz o Mestre. O primeiro “Apóstolo” ou a testemunha por excelência é Jesus, enviado pelo Pai. Os Doze serão designados à sua imagem: “Ó Pai, como vós me enviastes ao mundo, eu também os enviei ao mundo”.
 Sobre a missão dada a eles por Jesus, declara Santo Ambrósio: “Eles são semeadores da fé para tornar presente no mundo o auxílio da salvação dos homens. Presta também atenção ao desígnio divino: Ele não escolheu para o apostolado pessoas sábias, ricas, nobres, mas pescadores e publicanos, pois não devia parecer que eles atrairiam as multidões, por causa de sua sabedoria, nem que as comprassem com suas riquezas. Muito menos as atraíssem à graça divina por força de seu prestígio e de sua nobreza. Prevalecia o argumento intrínseco da verdade, não a atração do discurso”. De fato, Jesus os chama para que estejam com Ele e possam conhecê-lo como o Filho amado do Pai celestial, e sejam testemunhas de sua vida e ensinamentos. Eles deveriam começar pelas ovelhas perdidas de Israel, e depois levar a sua mensagem “até os confins da terra”.

Os Apóstolos passam, a Igreja continua. E do mesmo modo, a missão deles se estende no tempo, mediante seus sucessores. Mais tarde, os Atos dos Apóstolos falam de Paulo e Barnabé, vindos posteriormente, e que recebem o mesmo título de Apóstolos. Forma-se o colégio apostólico, depois perpetuado no colégio episcopal, do qual os Bispos estarão investidos como sucessores dos Apóstolos. Não se pode esquecer o caráter de representante, testemunha da Tradição, exercido pelo Bispo como “sinal de unidade na caridade”, na definição de Santo Inácio de Antioquia.

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