Reflexão do Evangelho - Terça-feira 06 de Janeiro
Reflexão do Evangelho
Mc 6, 34-44 - Multiplicação
dos pães (primeira)
Terça-feira 06 de Janeiro
Certa
feita, os apóstolos se reúnem a Jesus para contar-lhe o que tinham feito e
ensinado. Sentindo-os cansados, o Mestre os conduz para um lugar solitário,
onde pudessem meditar e refazer as suas forças. Mas a multidão não o abandona, segue-o,
talvez movida por curiosidade ou por gratidão pelos benefícios recebidos. Jesus
não se sente incomodado ou perturbado, mas enternecido volta a ensinar. As
horas passam e o dia declina, o lugar é deserto e a multidão não tem com que se
alimentar. Atentos e preocupados, os discípulos chegam a lhe dizer: “Despede-os
para que vão aos campos e aldeias vizinhas e comprem para si o que comer”. Olhando
a multidão, Jesus “teve compaixão dela”, era como ovelhas sem pastor, e, percebendo
que estava faminta, lhes diz: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Não havia mais do
que cinco pães e dois peixes, como alimentar toda aquela gente! Sempre sereno e
sem titubear, Ele manda que eles fizessem os mais de cinco mil homens e
mulheres se acomodarem na relva verde, pois seu amor remove todas as barreiras
e Ele está pronto a intervir em favor deles. Todos comeram e “ficaram saciados,
e ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram”.
A
indicação de que o lugar “é deserto” não se deve atribuir só à ênfase do
Evangelista, mas também à evocação do tempo da peregrinação do povo de Israel
no deserto, figura dos tempos messiânicos. Nesse sentido, Ele sacia não só a
fome de pão ou da Lei de Deus, mas particularmente a fome “do pão de Deus, pão
que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo 6,33). À ceia do Messias todos os
famintos estão convidados.
Jesus
é o bom pastor, que cuida do povo em sua peregrinação terrena, e o remete, diz S.
Hilário de Poitiers, “àquele de quem Ele procedia: não que lhe fosse necessário
olhar para o alto com seus olhos de carne, mas para que a multidão
compreendesse de quem provinha tal poder”. No deserto, Deus alimentou o povo
judeu com o maná do céu, agora, a multidão é alimentada com o pão oferecido por
Jesus, sinal do pão celestial, alimento de ressurreição, a Eucaristia. Perante
esse fato e vendo-o como prenúncio do pão eucarístico, proclama S. Hipólito de
Roma: “Quem come a Vida jamais verá a morte”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo,
o.f.m.
Comentários
Postar um comentário