Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 14 de Janeiro

Reflexão do Evangelho
Mc 1, 29-39 - A cura da sogra de Pedro
Quarta-feira 14 de Janeiro

        Os primeiros atos da missão de Jesus ocorreram na região de Genesaré, conhecida, no dizer de Flávio Josefo, “pela natureza extraordinária e pela beleza encantadora”. Lá, Ele iniciou a proclamação do Evangelho com palavras e atos, e seus habitantes testemunharam seus primeiros milagres e curas. Ele costumava ir à casa de Simão, que vivia em Cafarnaum. Certa feita, vendo a sogra de Pedro doente, “aproximando-se, Ele a tomou pela mão e a fez levantar-se”. O fato de a febre passar imediatamente, graças ao toque de Jesus, faz com que São Jerônimo suplique: “Que o Senhor toque também nossa mão, para que sejam purificadas nossas obras, que Ele entre em nossa casa, para que nos levantemos para servir”. Ao entardecer, já curada, a sogra de Pedro os servia.
O episódio da cura da sogra de Pedro revela que o discípulo de Jesus não é apenas alguém liberado do mal, da febre do pecado, mas também é aquele que estende sua mão aos que estão caídos para levantá-los e transmitir-lhes esperança. Os que são tocados pela mão do Senhor erguem-se para uma vida nova. Não para gloriar-se ou para divulgar o milagre, mas para servir, como a sogra de Pedro, o pão da misericórdia e da bondade aos seus semelhantes.
Com a cura da sogra de Simão Pedro, a fama do Mestre correu de boca em boca e se espalhou por toda a região. Os vizinhos e habitantes da cidade “levaram-lhe todos os enfermos e possessos do demônio”, e Ele, impondo as mãos sobre cada um, os curava e os libertava dos espíritos imundos. Seu amor é inesgotável. Desse amor vem sua divina capacidade de atender às súplicas de todos e nos faz pensar nas palavras de São Máximo: “Quanto mais eficaz aquele que cura, tanto mais importuno se torna o sofredor”.

Ao raiar do dia, como era seu costume, Jesus saiu e foi para um lugar solitário, pondo-se em oração. Em vários outros momentos, nós o encontramos em oração durante horas e, até mesmo, ao longo de noites em claro, o que suscita em nós a convicção de que só teremos uma relação pessoal com o Deus vivo se orarmos ou mantivermos com Ele, uma “conversação”.  Santo Agostinho lembra por sua vez que a oração não tende a atrair Deus para nós, pois “Ele é mais íntimo a nós que nós a nós mesmos”. Por ela não só nos aproximamos de Deus, tomamos também consciência de sua proximidade, e com S. Macário dizemos: “Senhor tudo está em Ti, eu mesmo estou em Ti, acolhe-me!” 

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