Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 16 de Janeiro

Reflexão do Evangelho
Mc 2,1-12 - Cura do paralítico e perdão dos pecados
Sexta-feira 16 de Janeiro

       Certa ocasião, os parentes levaram a Jesus um paralítico, deitado num catre, mas por causa da multidão, não conseguiam chegar até Ele. A confiança é tanta, que eles abrem um vão no teto e fazem descer o leito do paralítico até perto do Senhor. “Vendo-lhes a fé”, Jesus o cura. No entanto, escreve S. Hilário de Poitiers, “é necessário examinar atentamente as palavras da cura. Ao paralítico não é dito imediatamente: sê curado ou levanta-te e caminha, mas: ‘tem ânimo, meu filho; os teus pecados te são perdoados’”. Os gestos e as palavras do Senhor refletem seu carinho por aquele homem e nos permitem reconhecer o consolo e o refrigério, vividos pelas pessoas, que, na dor e na angústia, são acolhidas com amor e generosidade. A resposta do Senhor é imediata. Vendo a fé daquele homem e dos que o transportam, concede-lhe a remissão dos pecados e, em seu poder, cura-o. S. Jerônimo dirá: “Com a mesma majestade e poder com que conhece os nossos pensamentos, Ele perdoa os nossos pecados”.

Jesus se doa ao Pai, gratuita e cordialmente, apenas atraído pela afeição, sem nada exigir, movido unicamente pelo amor. Da nossa parte, o ato de fé, confiança irrestrita, proclama o amor que Deus tem para conosco, que Ele nos ama não porque somos bons ou porque retribuímos o bem que Ele nos faz, simplesmente porque Ele é bom. A pureza da fé revela, na esperança, a grandeza do amor. Justamente por essa razão, durante a sua missão, Jesus relaciona fé e milagre, fé e remissão dos pecados. Aliás, a catequese da Igreja primitiva irá ressaltar sobremaneira essas relações para ilustrar o poder misericordioso de Deus e descrever, como sinal da dignidade divina, o fato de o Senhor amar, sem nada exigir e de nada se apoderar.  


        A multidão o cerca, acotovelam-se as pessoas ao seu redor. Ele dá atenção a cada um, cura, consola, numa atitude silenciosa, serena, sóbria e vigorosa. Evidenciam-se assim as palavras: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. À cura do corpo, “levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa”, corresponde a cura da alma, “os teus pecados estão perdoados”, e descortina-se a estrada que conduz ao paraíso: um coração ardente de amor a Deus e ao próximo.    

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