Reflexão do Evangelho - Sábado 10 de Janeiro
Reflexão do Evangelho
Jo 3, 22-30 - Último
testemunho de João Batista
Sábado 10 de Janeiro
As
atividades de Jesus desenrolavam-se na região da Judeia, lugar de mananciais,
talvez não distante do rio Jordão. Após os ensinamentos ministrados a Nicodemos
a respeito do batismo, Jesus, seguido pelos discípulos, percorre a região, anunciando
o Evangelho e batizando. Na mesma ocasião, João, que “não tinha ainda sido
encarcerado”, batiza com água. No encontro com um judeu, seus discípulos
discutem a respeito dos “ritos de purificação”, que correspondem ao batismo.
Os discípulos de João
defendiam o batismo na água, outros, citando as palavras dos profetas, falavam da
purificação pelo “espírito” ou pelo fogo. Em pauta, o batismo de penitência,
realizado por João Batista, e o batismo de Jesus. O clima tornou-se tenso, a discussão
acalorou os ânimos, a ponto de os discípulos perguntarem a João: quem é que
batiza legitimamente, Jesus ou ele? Em quem acreditar? O embate é providencial,
pois propicia o testemunho final e decisivo do Precursor sobre Jesus. João não
protesta, simplesmente pronuncia o “nunc dimittis”:
“deixa agora seu servo ir em paz”, palavras do velho Simeão, pronunciadas no
Templo, ao receber em seus braços o Menino Jesus. E mais uma vez, ele deixa claro
não ser o Messias e declara, de modo incisivo: “É necessário que Ele cresça e
eu diminua”. A grandeza de alma e a
fidelidade à missão que lhe foi conferida por Deus, jamais deixarão de ser
lembradas pelos cristãos.
O tema inicial é esquecido, não é mais o batismo, passa a ser a vinda
daquele que procede do alto. Então, sem hesitar, João volta a dizer que a sua
missão é preparar os caminhos para Jesus que, vindo do alto, comunica o
Espírito divino, “dom sem medida”. Escreve S. Cirilo de Alexandria: “João
Batista se regozija por ter ultrapassado a condição de servidor, para poder ser
chamado ‘amigo’”. Sua missão se cumprira. Agora, após tão longa preparação, com
grande clareza e não menor humildade, ele concita todos a irem ao encontro do
Esposo e, com fervor, acolhê-lo. Em Jesus, Deus se doa, ama-nos e, entrando em
nossa história, quer que o amemos, reciprocamente, sem reserva.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.
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