Reflexão do Evangelho - Domingo 25 de Janeiro

Reflexão do Evangelho
Mc 1, 14-20 - Vocação dos quatro primeiros discípulos
Domingo 25 de janeiro
      
Num dia comum, Jesus caminha junto ao mar da Galileia e, como por acaso, encontra Pedro e seu irmão André. Ambos eram pescadores e dirigiam uma pequena empresa pesqueira à margem do lago de Genesaré. Vendo-os, Jesus não os saúda, nem se apresenta, simplesmente lança um apelo: “Vinde após mim!”. “Deixando as redes, eles o seguiram”. Adesão irresistível a Cristo, que lhes confere uma nova orientação de vida, a de serem “pescadores de homens”. Mais do que ouvintes de seus ensinamentos, eles irão tomar parte ativa em seu ministério e serão, mais tarde, após sua partida, aqueles que irão anunciar a salvação a todos os povos e nações. O mesmo se deu, mais adiante, com os outros dois irmãos Tiago e João, filhos de Zebedeu, que também “deixando imediatamente o barco e o pai, seguiram-no”.  
A brevíssima narração da chamada dos primeiros discípulos destaca o fato de eles seguirem Jesus, sem reservas e sem delongas. Pescadores, homens simples, considerados por S. Cromácio de Aquileia “felizes, pois o Senhor não escolheu entre os doutores da Lei, nem entre os escribas, ou entre tantos sábios do mundo, mas entre simples e pobres pescadores, homens analfabetos e inexperientes! Ele os chama para a missão de pregadores e para o apostolado: tiveram o privilégio de serem os primeiros”. Sem hesitar, eles deixam tudo e seguem Jesus, que, de modo suave e amoroso, os conduz, paulatinamente, não a um divino anônimo, mas ao rosto divino do Filho de Deus transfigurado. De fato, no alto do monte Tabor, eles irão contemplar a luz eterna de sua divindade e reconhecerão que Ele é o Filho do Homem triunfante, caminho para o Reino misericordioso do Pai.  

Intencionalmente, o texto salienta que os Apóstolos não o acompanham, mas o seguem. Desta maneira, de modo bastante subtil, o evangelista indica que eles foram convocados não para lhe fazer companhia, mas para se integrarem totalmente à sua missão, imitando-o em tudo, tanto no serviço aos seus semelhantes e na entrega generosa e humilde a todos, como também na perseguição e na morte. Compreende-se, então, que a fé cristã é uma pessoa, não uma “coisa”, nem mesmo um ideal. Sua força advém do encontro com Cristo, que, despertando a fé, comunica a salvação, a vida eterna, aos discípulos, aos pecadores e publicanos e também aos pagãos impuros. Pasmos e agradecidos, reconhecemos que, desde o primeiro instante de sua missão, Jesus manifesta o poder invencível do amor, tornando os que o seguem arautos do Evangelho da misericórdia e da reconciliação com o Pai.

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