Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 05 de Janeiro
Reflexão
do Evangelho
Mt
4, 12-17.23-25 - Jesus inicia a sua pregação
Segunda-feira
05 de Janeiro
João
Batista é levado à prisão, na Galileia, Jesus inicia sua vida pública
proclamando: “O tempo está realizado e o Reino de Deus está próximo”. Ele
percorre aquelas pequenas cidades que se estendem em volta do lago de Genesaré,
ensinando e curando os enfermos. Uma diferença marca a missão dos dois mestres.
Se João Batista pregava aos que acorriam a ele, Jesus vai ao encontro das
pessoas e sua voz é ouvida pela multidão que o segue e que se aglomera ao seu
redor, no descampado do deserto ou à beira do mar, ao longo do caminho ou no
cimo de uma colina. João testemunha a vinda do Messias, Jesus diz ser a luz do
mundo ou o próprio Reino de Deus, auto-basileia, no dizer de Orígenes.
Para
se chegar a Ele ou ao Reino de Deus, o caminho é o Evangelho, a boa notícia do
amor e da misericórdia, e caso nós o acolhamos, volta a dizer Orígenes, “Deus
passeará em nós como num paraíso espiritual”. Há uma exigência. Urge se
decidir, e a decisão compreende mudança de vida, conversão. Por isso, desde o
início de sua pregação, Jesus lança um forte apelo: “Convertei-vos e crede no
Evangelho”. Como a voz dos profetas, suas palavras trazem ao coração dos
ouvintes a necessidade de se ligar à “vertente”, à fonte inesgotável da vida, pois
quem dela se desliga corre o risco de deixar secar a água viva, que jorra para
a vida eterna. Contemplando o lago de Genesaré ou o rio Jordão, eles ouvem as
palavras de Jesus, que lhes transmitem sentimentos de paz e de felicidade, e
então eles reconhecem que a vertente ou a fonte da vida é Deus ou o próprio
Cristo, único capaz de dessedentá-los corporal e espiritualmente.
Jesus não traz uma nova doutrina
filosófica, tampouco anda de cidade em cidade a modo de um curandeiro. Ele
ensina nas sinagogas e leva seus seguidores a ler as Escrituras e a orar. O
Evangelho é o anúncio, no dizer do profeta Isaías, de um acontecimento salutar,
da boa notícia da Palavra de Deus, força eficaz e renovadora, comprovada pelos
Apóstolos, que de simples pescadores se transformam em pescadores de homens.
Bastou um simples chamado do Senhor para eles deixarem imediatamente “tudo”,
pois pelo Senhor, comenta Tertuliano, “eles abandonaram as relações humanas, a
profissão, os negócios; como João e Tiago abandonaram seu pai e a barca, e Mateus
se levantou do telônio”. Nada é anteposto ao amor de Cristo. E foi exatamente
esta força, transmitida pelos Evangelistas, que levou S. Agostinho a exclamar: “Edifiquemos
também nós e façamos uma casa em nosso coração, onde Ele permaneça para
ensinar-nos e falar conosco”.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, o.f.m.
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