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Mostrando postagens de setembro, 2013

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 01 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 01 de Outubro Lc 9, 51-56:   Jesus não é acolhido pelos samaritanos            A caminho de Jerusalém, Jesus envia mensageiros, à sua frente, com o objetivo prático de preparar os samaritanos para a sua visita. Eles recebem a mesma missão do precursor João Batista: preparar o caminho do Senhor. Jesus “tomou resolutamente o caminho de Jerusalém”, onde lhe convém, no cumprimento da vontade do Pai, oferecer seu sacrifício, sua própria vida, imolada para a salvação de toda a humanidade.             Eles, porém, não são bem recebidos pelos samaritanos. Desgostosos e indignados, os filhos do trovão - Tiago e João - perguntam a Jesus: “Senhor, queres que ordenemos que desça fogo do céu para consumi-los?” Ditas pelos Apóstolos, tais palavras causam estranheza. Ficamos surpreendidos ao vê-los suplicando pela destruição de uma pequena aldeia. Apesar de os judeus e os samaritanos estarem divididos por séculos, Jesus decide passar através desse

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 30 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 30 de Setembro Lc 9, 46-50: Quem é o maior?                   No surgimento da Igreja, o Apóstolo S. Pedro recebe do Senhor diversos sinais de preeminência, o que poderia despertar, entre os Apóstolos, certa rivalidade. Não esqueçamos, observa S. Jerônimo, que os demais “Apóstolos tinham visto que Pedro e o Senhor pagaram o mesmo tributo” devido ao Templo. Tiago e João foram escolhidos com Pedro para serem testemunhas da Transfiguração. Eles já o tinham sido da ressurreição da filha de Jairo. Vem, então, muito a propósito a curiosidade dos discípulos, “que se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: Quem é o maior no Reino dos Céus?” Em todos os tempos, o desejo de grandeza e de glória encontra guarida em muitas mentes. Mas nada escapa ao olhar atento de Jesus. Por isso, querendo formá-los, ele adverte que para partilhar da sua glória é necessário passar pela cruz. De imediato, eles não o entendem, pois era forte entre eles a conc

Reflexão do Evangelho de Domingo – 29 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Domingo – 29 de Setembro Lc 16, 19-31: Parábola do mau rico e do pobre Lázaro                   A parábola não fala de um rico anônimo, voluntariamente cruel ou desdenhoso. Ele simplesmente ignora o pobre, embora este permaneça à sua porta. Exclama S. Jerônimo: “Ó mais infeliz entre os homens, vês um membro do teu corpo prostrado diante da porta e não tens compaixão. Em meio às tuas riquezas, o que fazes do que te é supérfluo?” Em muitos corações brama a mesma indignação ao verem tantos famintos, desprezados e rejeitados. Quantos, porém, vivem ao lado da miséria, sem vê-la, indiferentes e alheios ao sofrimento dos indigentes. O abismo entre Lázaro, no céu, e o rico, no inferno, foi criado durante sua vida terrena. Ouve-se a dura repreensão de S. Gregório Nazianzeno: “Imitai a imparcialidade de Deus, e não existirão mais pobres”. Forte apelo para despertar o amor e a responsabilidade para com os pobres, quer em nível social quer em âmbito de vida pa

Reflexão do Evangelho de Sábado – 28 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Sábado – 28 de Setembro Lc 9, 43-45: Segundo anúncio da Paixão            O primeiro anúncio da Paixão deu-se após a confissão de Pedro em Cesareia. Na ocasião, Jesus confere a Pedro uma função de primeiro plano em sua Igreja: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Nesse momento, a missão do Mestre não lhe era ainda conhecida, em toda sua extensão, tornando incompreensíveis as suas palavras, que prenunciavam seu sofrimento e sua morte dolorosa. Menos ainda assimiláveis foram as que se referiam à sua paixão, apresentada como lei espiritual válida para todos os seus discípulos, mais tarde, submetidos ao martírio. O segundo anúncio dá-se após o momento de glória no Tabor. Narra S. Cirilo de Alexandria: “Lá, Jesus se transfigurou diante deles, seu rosto resplandecia como o sol. Mostrou-lhes a glória com a qual, no tempo devido, ele ressuscitaria dos mortos. Prepara-os para que a hora da cruz e de sua morte não fosse ocasião de e

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 27 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 27 de Setembro Lc 9, 18-22 – Confissão de S. Pedro          Como de costume, “Jesus se encontrava sozinho em oração”, na intimidade com o Pai. Assim foi quando escolheu os Apóstolos. Também agora, antes de introduzi-los no mistério de sua missão, cujo objetivo era formar e constituir o novo povo de Deus. Por isso, desejando associar os Apóstolos à sua missão, perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” A resposta de Pedro é significativa, imediata e direta, em nome de todos: “Tu és o Cristo de Deus”. As palavras de Pedro indicam não só a prova pela qual Jesus deverá passar, mas igualmente a fé dos discípulos, que hão de acolher a sua Paixão. É o seguimento da cruz, caminho de renúncia, necessário para encontrar-se nele e para decidir-se por Ele.   Momento solene e revelador. Arrebatados ao âmago da vida de oração e de comunhão com o Pai, os olhos interiores dos Apóstolos se iluminam e eles reconhecem nas palavras de Jesus

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 26 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 26 de Setembro Lc 9, 7-9 - Herodes e Jesus            Vindo a conhecer a fama de Jesus, Herodes fica perplexo e temeroso. Ele bem se recorda da interpelação profética de João Batista, revelando e denunciando seu pecado, reconhecido também por ele como um mal real. A voz de João Batista soava ainda aos seus ouvidos, situando-o no horizonte ético-jurídico da Aliança de Deus, que o convocava ao arrependimento e à penitência, em vista da vida irregular que ele mantinha com a mulher de seu irmão Felipe. Desde então, a sua consciência de culpa passa a incomodá-lo, como castigo antecipado.   Agora, ouvindo falar de Jesus, ele julga que João Batista tenha ressuscitado. E fica alarmado. Escreve Teodoro de Heracleia: “João poderia usar contra ele, de modo ainda mais decisivo, a sua cáustica liberdade de palavra. Motivo para ele de terror e de frustração, pois João trazia a público as suas ações desonestas”. Se Herodes o temia, ele não deixava

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 25 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 25 de Setembro Lc 9, 1-6 – A missão dos Doze                     Convocando os Doze, Jesus os “envia a proclamar o Reino de Deus e a curar”. A ação do Mestre se estende e se multiplica, delineando a futura missão dos Apóstolos, que deverão levar sua mensagem por todo o mundo. Com ênfase, Ele recomenda-lhes não levarem nada consigo, pois os quer livres de todo apego aos bens materiais e de toda preocupação em obter posses terrenas. Porém, nas areias áridas do desprendimento, suspirando por um refrigério, oásis de Paz, eles miram nos horizontes o vulto do Senhor, que os proverá. “A glória deles, reflete S. Cirilo de Alexandria, não é a de não possuírem nada, mas a de se colocarem nas mãos divinas”. Recupera-se, então, o sentido original de renúncia como adesão existencial profunda, o que lhes permite contemplar, no cumprimento da missão confiada pelo Senhor, a aurora da alegria sobrenatural. E como discípulos, fiéis seguidores de Jesus

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 24 de setembro

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 24 de setembro Lc 8, 19-21 - Os verdadeiros parentes de Jesus            O amor e o respeito de Jesus para com sua mãe e parentes são inquestionáveis. Maria e seus irmãos desejam vê-lo, mas a multidão que o rodeava era grande e eles não conseguem chegar até ele. Os discípulos notam a presença deles e avisam Jesus. Sem desprezar seus parentes, ele aproveita a ocasião para conduzir seus ouvintes ao essencial da sua missão: seu relacionamento com o Pai celestial. Por isso, elevando a voz, ele dirige-se a todos e fala-lhes da filiação divina. É a filiação espiritual, pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Maria não a desconhece. Já no milagre das bodas de Caná, contempla-se sua atitude confiante, pois, situando-se na ordem da fé, ela diz aos serventes: “Façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do nascido se manifestou na virgindade da mãe, e a nobreza da mãe na divinda

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 23 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 23 de Setembro Lc 8, 16-18: Como receber e transmitir a mensagem de Jesus                   Se o pecado é “o sonho da alma”, a vida espiritual é crescimento na graça divina e experiência da luz divina. Por isso, para transmitir a mensagem do Reino de Deus, Jesus emprega a imagem da luz ou da lâmpada, bastante familiar ao precursor João Batista, mas também a Ele, que permanece oculto sob a humildade de sua “carne” e de sua Palavra. Aliás, no mundo antigo a lâmpada tinha uma função muito mais importante do que em nossos dias. Para os judeus a luz também exprimia a beleza interior, a verdade e a bondade de Deus. Os salmos não cessam de proclamar: “Em sua luz vemos a luz”; “a sua palavra é a lâmpada que guia os nossos passos”.          Em sua benevolência, Jesus ilumina, com sua luz sem ocaso, sem mudança, jamais eclipsada, as trevas de nossa vida, comunicando alegria e paz. Ele é a luz que brilha nos corações dos que creem em sua pa

Reflexão do Evangelho de Domingo – 22 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Domingo – 22 de Setembro Lc 16, 1-13: Parábola do administrador infiel                   As parábolas colocam o ouvinte diante de uma corajosa decisão, a de deixar toda hesitação e abandonar-se à novidade anunciada por Jesus. É o sentido da presente parábola. Ao louvar o administrador desonesto, Jesus não está incentivando a desonestidade, mas quer, simplesmente, destacar a habilidade, demonstrada por ele, diante de uma situação nova: sua iminente despedida. Sem se deixar levar por sentimentos, o administrador toma medidas urgentes, que não podem ser adiadas. Ele reúne os devedores e pergunta-lhes: “Quanto deves ao meu senhor? Cem barris de óleo. Senta-te e escreve depressa cinquenta. A outro, ele disse: toma tua conta e escreve oitenta”. Com efeito, surpreendido no ato de fraude, ele altera as contas do proprietário para, assim, garantir o seu futuro. Sua preocupação é granjear amigos que o acolham mais tarde.          Sem emitir qualquer julga

Reflexão do Evangelho de Sábado – 21 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Sábado – 21 de Setembro Mt 9, 9-13 -   Vocação de Mateus                   Jesus se encontra em Cafarnaum, cidade buliçosa, situada na rota de Damasco. Razão da presença aí de aduanas e dos respectivos cobradores de impostos. São os publicanos (telovai), dentre os quais se encontra Mateus, nome hebraico, provavelmente abreviação de Matatías, que significa “dom de Deus”. Jesus o chama. Na vocação de Mateus, a tradição patrística e a literatura ascética destacam dois aspectos fundamentais: o apelo gratuito e eficaz do Senhor e a resposta pronta e incondicional de Mateus. A primeira revela a bondade e o poder do Mestre, a segunda aponta para a acolhida e disponibilidade do Apóstolo. Jesus, segundo S. Beda o venerável, “viu mais com os olhos interiores do seu amor do que com os olhos corporais. Jesus viu o publicano e, porque o amou, o escolheu, e lhe disse: Segue-me, isto é, imita-me. Ele o segue, menos com seus passos, mas muito mais com seu modo de

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira - 20 de setembro

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira - 20 de setembro Lc 8, 1-3: Mulheres seguem o Mestre            Acompanhado por seus Doze Apóstolos, Jesus anuncia o Evangelho do Reino de Deus. Eles adotam um estilo de vida itinerante, indo de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, o que leva muitos cristãos a se inspirarem neste modo de viver e a se tornarem pregadores itinerantes. O Evangelho também se refere “à presença de algumas mulheres – escreve S. Agostinho - que colocavam à disposição de Jesus e dos Doze os seus bens, enquanto estes se dedicavam à pregação do Evangelho”. Além das mulheres que acompanhavam habitualmente Jesus e os Apóstolos, outras mulheres aparecem episodicamente no Evangelho, as que o Senhor encontrou em sua missão e foram curadas, as convertidas e as que lhe ofereceram hospedagem.               Dentre as mulheres citadas, destaca-se sua mãe Maria. Há a “outra” Maria, originária de Magdala, cidade ao norte do Tiberíades, vizinha de Cafarnaum, onde Jesus e

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 19 de setembro

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 19 de setembro Lc 7, 36-50: A pecadora perdoada                   Diante de Jesus ninguém permanece indiferente. Rejeita-o ou é atraído por ele. Se suas palavras, por vezes, são duras, ele demonstra ser bondoso para com todos. No Evangelho de hoje, reunido com os pecadores, Jesus revela sua divina misericórdia. S. Gregório de Nissa observa que “o Senhor, convidado por um fariseu, não rejeita o convite, embora seu anfitrião não seja um dos seus discípulos, aliás, ele não crê nEle. Por que então S. Lucas transmite-nos esta cena? Talvez para dar-nos um exemplo da conduta de Jesus. De fato, deparamo-nos com muitas pessoas que, fechadas sobre si mesmas, julgam-se justas e tratam as demais pessoas com desprezo por tê-las como pecadoras. Sem esperar o dia do julgamento, separam os cabritos dos cordeiros, pois pensam ver   as portas do céu abrirem-se, exclusivamente, para elas, pois não querem partilhar com as demais o lugar nem a mesa”.   

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 18 de setembro

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 18 de setembro Lc 7, 31-35 -   Julgamento de Jesus sobre a sua geração                       À guisa de crianças que brincam de “casamento” e “enterro” na praça, umas cantando modinhas alegres, outras não acompanhando; umas entoando lamentações, outras não se interessando, os ouvintes de Jesus, como os de João Batista, mostram-se indiferentes às suas palavras. O Mestre suspira com tristeza e pergunta: “A quem, pois, hei de comparar os homens desta geração?” Segundo o modo semítico de falar, o termo geração adquire diversos sentidos, indicando, no caso presente, um apelo à conversão. Pois àquela geração é chegada a hora de Deus, a hora da graça, tempo propício para festejar com alegria a presença do esposo, que proclama a boa nova do Reino. Ora, não reconhecendo Jesus como o Messias esperado e desejado, os chefes religiosos chamam-no de glutão e de beberrão, amigo dos publicanos e dos pecadores. Interpretam-no erroneamente. De fato

Reflexão do Evangelho da Terça-feira – 17 de Setembro

Reflexão do Evangelho da Terça-feira – 17 de Setembro Lc 7, 11-17: Ressurreição do filho da viúva de Naim            Qual é nossa reação diante da dor e dos sofrimentos de nossos semelhantes? Jesus é tocado, diz-nos o Evangelho, no mais profundo de seu coração e sente compaixão. De fato, dois cortejos encontram-se, um seguindo o enterro do filho de uma viúva e outro acompanhando o Senhor. A morte e a vida. O evangelista destaca aspectos comoventes: o morto é um jovem, filho único de uma viúva. Vendo-a, Jesus “ficou comovido e disse-lhe: ‘não chores’”. Da sensação ao sentimento, verdadeira expressão da humanidade de Jesus. Ele é verdadeiramente homem, e homem de coração. Movido em suas entranhas, Jesus tem piedade daquela mulher. Mais do que simples compaixão humana, é a imensa ternura de Deus diante da miséria humana. Manifestação da misericórdia divina. E Jesus a demonstra diante da multidão, como também diante do cego de Jericó. É a compaixão do Bom Samaritano, como tamb

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 16 de setembro

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 16 de setembro Lc 7, 1-10 – A cura do servo do centurião            Um centurião romano suplica a Jesus: “Meu criado está deitado em casa, paralítico, sofrendo dores atrozes”. Jesus o conforta e o consola, dizendo-lhe: “Eu irei curá-lo”, pois comenta S. Agostinho: “o Senhor não quer, simplesmente, entrar na casa daquele homem. Ele deseja entrar em seu coração”. Ele representa alguém que reza com fé ardente e vai a Jesus com total confiança. O evangelista S. Mateus descreve o servidor “sofrendo dores atrozes” e o centurião, alto personagem, como alguém de profunda humildade, que, diante da atitude generosa do Senhor, diz-lhe: “Senhor, não sou digno de receber-te sob o meu teto; basta que digas uma palavra e o meu criado ficará são”.            Uma palavra basta, porque é “tua” palavra e ela é soberanamente eficaz. O militar pagão reconhece em Jesus o poder e a misericórdia de Deus. A respeito disso, Santo Agostinho observa: “É nec

Reflexão do Evangelho de Domingo – 15 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Domingo – 15 de Setembro Lc 15, 1-3.11-32: Parábola do filho pródigo                   Uma das mais belas passagens do Evangelho sobre o rosto de Deus é a parábola do filho pródigo. Ela descreve, em detalhes, a conduta de dois filhos e o sentimento do pai em relação a cada um deles. O intuito de Jesus é revelar Deus como o Pai misericordioso, solícito e pronto a perdoar e a acolher em sua inesgotável bondade os pecadores arrependidos.            À atitude amorosa do pai opõe-se a reação áspera e egoísta do irmão mais velho. Para este, a misericórdia é incompreensível. Mas o pai, apesar de o filho mais jovem ter esbanjado o dinheiro, que ele lhe tinha dado, dedica-lhe um amor inquebrantável e generoso. Longe, em terras estrangeiras, o filho mais jovem não deixa de sentir as marcas do amor do pai, presentes em seu coração. Humilhado, mas arrependido, ele retorna à casa paterna, decidido a declarar sua culpa. A solicitude do Pai, sua bondade incans

Reflexão do Evangelho de Sábado - 14 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Sábado - 14 de Setembro Jo.   3, 13-17 – Exaltação da Santa Cruz            Ao falar de sua missão, Jesus nomeia-se “Filho do Homem”, aquele que “desceu do céu”, de junto de Deus. Segundo a profecia de Daniel, ele é “celeste” pelos seus dons excepcionais e pela sua “unção” divina. S. Paulo refere-se ao seu amor e à sua misericórdia como revelação do “mistério escondido desde toda a eternidade em Deus”. O sinal   de sua missão redentora é a cruz, prefigurada por Moisés, que, no deserto, mandou erguer uma serpente de bronze, de modo que quem a olhasse, ainda que picado pela serpente venenosa, era salvo. Lá a prefiguração. No Calvário a realização. Lá a vida humana é preservada, agora, a vida eterna é concedida aos que, com fé, dirigem seu olhar para Jesus. Em Cristo, o mesmo Deus, eternamente Deus, em sua infinita misericórdia, penetra a história dos homens e os conduz à eterna felicidade. Um hino antigo proclama: “O Filho da Virgem é atravessado

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 13 de setembro

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 13 de setembro Lc 6, 39-42: Tirar a trave do seu olho            No perdão, Deus manifesta seu amor por nós. Jesus nos aconselha a ser benévolos em nossos julgamentos e ao dizer: “Não julgueis para não serdes julgados”, ele dá ao nosso julgamento um alcance sobrenatural e o situa   no nível espiritual. Por isso, à advertência “não julgueis”, ele acrescenta a consequência: “e não sereis julgados”. Não se trata da anulação do espírito crítico, mas da recomendação de que não cabe a ninguém o direito de emitir um julgamento de repercussão eterna. A salvação jamais é determinada por uma criatura humana, quem quer que ela seja. Só Deus é o último juiz.          As palavras de Jesus são um verdadeiro estímulo para que os discípulos cresçam no amor fraterno. Recordo-me de um dito rabínico que diz: “Quem julga seu vizinho favoravelmente será favoravelmente julgado por Deus”. De fato, se é fácil levantar uma suspeita contra alguém, dificulda

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 12 de setembro

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 12 de setembro Lc 6, 27-38 - Amor aos inimigos          No poder do Senhor, que penetra e vivifica nossa vida, somos convocados a respirar o ar da ressurreição. Oculto em sua humanidade, o Filho de Deus dá-se a conhecer e, na sua bondade misericordiosa, purifica-nos de nossas faltas e pecados. Ele é a “suprema epifania” do amor incomensurável de Deus, que “nos conduz, exclama S. Agostinho, àquela luz que nossos olhos não conhecem. O olhar interior, preparado, permite-nos ver a luz que ninguém pode obscurecer”. Tornamo-nos, assim, partícipes da vida divina.         Porém, para permanecer em Deus há de se observar o mandamento do amor a Deus e ao próximo, que significa, conforme S. Boaventura, participar “do amor com o qual Deus nos ama e com o qual ele nos permite amá-lo”. Amados por Deus, nós o amamos com o próprio amor que ele nos comunica. Nesse amor, que não nega a afetividade (eros), mas a eleva, nós   amamos a todos. Pois a r

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira - 11 de setembro

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira - 11 de setembro Lc 6, 20-26 - As bem-aventuranças            O evangelista São Mateus narra o fato de Jesus, no alto de uma montanha, como aquele que é maior do que Moisés, ter promulgado a nova Aliança para todos os povos. As mesmas palavras são proferidas por Jesus, agora no Evangelho de São Lucas, logo após descer da montanha. De pé, sinal de seu poder, “erguendo os olhos”, Ele fala a todos os homens de todos os tempos. “E nos corações dos discípulos, salienta São Leão Magno, a mão veloz do Verbo escrevia os decretos da nova Aliança”. São as bem-aventuranças.   O termo grego “makários” (bem-aventurado), que corresponde a “baruk”, em hebraico, é empregado para expressar paz, felicidade e bênção. No presente relato, o termo é repetido oito vezes para designar o ideal do verdadeiro discípulo de Jesus: sua serenidade no tempo presente e a felicidade eterna na visão de Deus.          Em suas palavras iniciais, Jesus c