Reflexão do Evangelho do dia 02 de Setembro do 2013
Segunda-feira – 02 de setembro
Lc 4, 16-30: Jesus em Nazaré
Jesus encontra-se na sinagoga de sua
cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos
tinham ouvido falar de seus ensinamentos e dos milagres realizados por Ele. Jesus
perscruta os corações e, percebendo a incredulidade enraizada no coração de
seus ouvintes, volve os olhos para eles, no desejo de tocá-los e levá-los à
conversão. Mas, diante da resistência recalcitrante de seus ouvintes, ele eleva
sua voz e, em tom mais severo, declara que nenhum profeta é ouvido em sua própria
terra, nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras chocantes. Os gentios, pelo
contrário, demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de Israel. Para
exemplificar, ele cita Elias, que foi enviado a uma viúva, em Sarepta, na
região da Sidônia, enquanto tantas outras viúvas viviam em Israel; também
recorda que, no tempo do profeta Eliseu, “havia muitos leprosos em Israel,
todavia, nenhum deles foi curado, a não ser o sírio Naamã”. Suas palavras os
deixam atônitos e lhes parecem ofensivas, pois, naquela época, os judeus julgavam
os gentios, isto é, os estrangeiros como pessoas distantes de Deus e, por
conseguinte, excluídas da Aliança divina. O próprio Evangelista relata que “diante
destas palavras, todos na sinagoga se enfureceram”.
Jesus não se intimida. Pelo contrário.
Refletindo indignação, com voz segura e, ao mesmo tempo, compassiva, Ele os declara
cegos perante a misericórdia de Deus e de seu plano de salvação para todos os povos.
Com efeito, considera Orígenes, “ele acabara de ler uma profecia sobre a
salvação realizada pelo Messias. Salvação que irrompia agora no mundo através
do seu ministério. Era o ano da graça e do perdão do Senhor”. Ao rejeitá-lo, a população
não acolhe a misericórdia divina, levando-o a não realizar milagres, conforme comenta
S. Ambrósio, “para não pensarmos que sejamos constrangidos pelo amor à pátria.
Na realidade, aquele que amava todos os homens não podia deixar de amar os seus
concidadãos, mas eles mesmos, comportando-se de modo invejoso, renunciaram o
amor à pátria”. Então, exclama S. Cirilo
de Alexandria, “Jesus reporta-se aos pagãos, que o acolheriam e seriam curados
de sua lepra”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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